Após os depoimentos prestados à Polícia Federal na última quinta-feira (31) no âmbito das investigações do caso das joias sauditas, as defesas de Jair e Michelle Bolsonaro e do tenente-coronel Mauro Cid se pronunciaram para a imprensa nesta sexta (1). O trio é suspeito, ao lado de outros nomes, de desviar durante o último período uma série de joias e objetos de luxo do acervo da Presidência da República para serem revendidos no exterior.
A defesa do clã protocolou um pedido para o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de obter acesso ao conteúdo da oitiva e a sua devida inclusão nos autos do processo. De acordo com o pedido, as informações contidas no depoimento já estariam devidamente documentadas pela PF e teriam informações necessárias para o trabalho dos advogados.
Já o advogado do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o criminalista tarimbado Cezar Bittencourt, contrariou o que foi publicado na imprensa mais cedo e disse que seu cliente “assumiu tudo” e não comprometeu o chefe ao longo das mais 9 horas em que conversou com os federais.
“Estão colocando palavras que não têm no depoimento. Acusações ao Bolsonaro não existem. Falou-se das joias, da compra das joias. O Cid assumiu tudo, não colocou Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação de corrupção ou envolvimento suspeito de Bolsonaro,” disse Bittencourt em áudio ao g1.
“O dinheiro que o Cid pegava para pagar contas do então presidente, hoje ex-presidente, eram os R$ 50 mil, que parece que era o que ele ganhava, e os R$ 20 mil da aposentadoria. Era esse dinheiro que ele recebia. Dinheiro que ia pagando. Porque ele não gosta de cartão de crédito, não tem cartão de crédito. Mas não tem nada além disso”, explicou o advogado.
Além de Jair, Michelle e Cid, também foram convocadas outras cinco pessoas: Mauro Lourena Cid, general da reserva, colega de Bolsonaro na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) e pai de Mauro Cid; Fraderick Wassef, advogado de Bolsonaro; Fabio Wayngarten, ex-Secom e atual assessor de Bolsonaro; Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti, militares que serviram na Ajudância de Ordens do ex-presidente. As oitivas foram realizadas de forma simultânea em Brasília e São Paulo.
O casal Bolsonaro, Wajngarten e Câmara guardaram silêncio durante seus depoimentos. As informações são da Revista Fórum.