Imagens obtidas por drone, nos dias 1º e 8 de dezembro, mostram o avanço contínuo da lagoa Mundaú sobre a área da mina da Braskem com risco de colapso em Maceió. À medida que ocorre o afundamento, o trecho que antes era seco fica cada vez mais encharcado. Desde o dia 30/11 até sexta-feira (8), o solo já cedeu 2,09 metros.
Na primeira imagem, feita dois dias após o alerta emitido pela Defesa Civil, quando o deslocamento de terra havia atingido 1,43 m, era possível ver uma pequena parte do dique úmida, mas ainda fora da água. Já na segunda imagem, desta sexta-feira (8), o pedaço do solo já está inundado.
Segundo a Defesa Civil de Maceió, o avanço da lagoa é esperado devido ao rebaixamento do solo. O monitoramento é feito diariamente para checar a gravidade da situação.
“Há um avanço, ainda que seja mínimo, da lagoa sobre aquele aterro. Então, a gente faz esses voos diariamente para ver justamente essa mudança entre os dias”, disse o coordenador do Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió, Hugo Carvalho.
De acordo com a Defesa Civil, o peso da água não deve fazer a mina desmoronar, mas pode potencializar o problema.
“Como essa mina é parcialmente na lagoa, então de fato, não seria um agente deflagrador esse avanço. Ele poderia ser um potencializador, porque a gente percebe algumas rachaduras ali ao redor. A gente sabe que o solo, quando a água entra em contato, ele fica mais pesado. Então seria de fato um potencializador de toda a problemática”, afirmou Hugo Carvalho.
O deslocamento de terra na área de mina foi 5,2 centímetros nas últimas 24 horas, com velocidade de 0,23 cm/h. Por precaução, a recomendação é de que a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.
Maceió continua em estado de alerta para o risco de colapso da mina, que pode se romper abruptamente e formar uma imensa cratera ou ocorrer de gradualmente, com deslocamento do solo seguindo de modo lento até atingir a estabilização.
A mina com risco de colapso fica na área do antigo campo do CSA, no bairro do Muntage, e é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC. A empresa afirma que “as áreas de serviço em torno da mina continuam isoladas, e o monitoramento é feito 24 horas por dia”.
Após cinco anos desde que um tremor de terra abriu rachaduras em casas e crateras nas ruas, mais de 14 mil imóveis foram desocupados nos bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol. Afetando cerca de 60 mil pessoas. As informações são do g1.