Mesmo com aplicação recorde de pouco mais de R$ 1 bilhão em recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), a supervisora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mariana Viveiros, afirmou que a Bahia não tem conseguido reduzir a situação de extrema pobreza. Em entrevista ao jornal Correio, publicada nesta quinta-feira (8), ela pontuou que, ao olhar os últimos dez anos, não é possível ver um movimento consistente de redução dessa proporção. “O estado não está conseguindo atacar, de fato esse problema”, disse.
Dados do IBGE mostram que cerca de 1,8 milhão de pessoas viviam com uma renda inferior a R$ 200 em 2022, o que corresponde a 11% da população, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC/IBGE). Não obstante, aproximadamente 7,5 milhões de baianos (ou 50,5% da população) estavam abaixo da linha da pobreza. O estado também é o segundo do Brasil com mais pessoas vivendo com menos de R$ 637.
Para Mariana Viveiros, o desemprego e o baixo rendimento de trabalho estão entre os principais responsáveis por isso. “Cerca de 60% a 70% da renda é proveniente do trabalho. A Bahia está entre os menores rendimentos de trabalho do país e isso reflete em metade da população vivendo abaixo da linha de pobreza”, analisou.
Combate à Pobreza
Em 2023, o governo estadual aplicou o valor recorde de R$ 1,013 bilhão em recursos do Funcep. Estas despesas foram destinadas a ações de combate à fome e à insegurança alimentar, saneamento básico e moradia, entre outros itens. Como reflexo da prioridade conferida ao tema pelo governo Jerônimo Rodrigues, o total gasto em 2023 ultrapassou o orçamento inicial do Funcep e a receita arrecadada ao longo do ano pelo Fundo. As informações são do site Política Livre.