O cultivo de frutas vermelhas está ganhando destaque na Chapada Diamantina, mesmo diante das altas temperaturas da região, que podem chegar aos 32°C em períodos mais quentes. Antes associado apenas ao sul do país, o cultivo de amora, mirtilo e framboesa agora também é uma realidade em municípios como Mucugê. Essa expansão evidencia o sucesso e a adaptação dessas culturas às condições climáticas da região.
A viabilidade desse cultivo é impulsionada por técnicas inovadoras, como o ‘estresse hídrico’ e a aplicação de casca de arroz nas raízes das plantas. Em Mucugê, município localizado no sul da Bahia, a produção de frutas vermelhas prospera em meio a ecossistemas diversos, que vão desde a caatinga até o cerrado e a mata atlântica.
O estresse hídrico ocorre quando os produtores limitam o acesso à água nas raízes das árvores de amoras, impulsionando-as a fortalecerem-se, um processo crucial para estimular o crescimento de novos frutos. Este método, ao restringir a disponibilidade de água para as plantas de forma controlada, induz um estado temporário de privação que as encoraja a concentrar recursos no desenvolvimento de raízes mais profundas e sistemas de absorção mais eficientes.
As framboesas se destacam como as mais delicadas entre as frutas vermelhas, especialmente no Nordeste, onde sua colheita requer diligência nas primeiras horas da manhã para evitar a murcha precoce. Já o mirtilo, também conhecido como blueberry, assemelha-se em sabor à uva niágara e em textura à jabuticaba.
Para garantir seu crescimento saudável, tanto o mirtilo quanto a framboesa demandam o cultivo em sacos feitos de casca de arroz, uma estratégia que evita a absorção excessiva de umidade do solo, proporcionando-lhes condições ideais para prosperar. Jornal da Chapada com informações do portal FM Sul de Minas.