A World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) aprovou nesta semana a introdução de um teste genético para as atletas provarem que são “biologicamente do sexo feminino”. A coleta de material para análise vai ser feita por saliva na bochecha (swab bucal). A nova política ainda não tem data para ser introduzida, mas a federação quer que todas as atletas presentes no Mundial de Tóquio, em setembro, passem pelo teste. O britânico Sebastian Coe, presidente da entidade máxima da modalidade, afirmou que o objetivo da medida é “proteger obstinadamente a categoria feminina”.
– É importante fazer isso não apenas falar sobre a integridade do esporte feminino, mas realmente garanti-la. Sentimos que esta é uma maneira realmente importante de fornecer confiança e manter esse foco absoluto na integridade da competição. A esmagadora maioria (do Conselho da World Athletics) avaliou que este é absolutamente o caminho a seguir, dentro das ressalvas levantadas (sobre os testes não serem muito intrusivos) – disse Coe, que na última semana perdeu as eleições para a presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI).
O grupo de trabalho da World Athletics sobre atletas de gênero diverso afirmou em fevereiro ser necessário o teste genético SRY. Esse teste avalia a presença do gene SRY, localizado no cromossomo Y e crucial para o desenvolvimento de características masculinas.
Há quase dez anos, a World Athletics vem elaborando regulamentos sobre a elegibilidade de atletas com DSD (diferenças no desenvolvimento sexual). É o caso da sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica dos 800m. Ela possui hiperandrogenismo, condição caracterizada pela produção excessiva de andrógenos como testosterona, o hormônio masculino. A atleta foi proibida de competir entre as mulheres.
Há dois anos a World Athletics proibiu a participação de mulheres transgênero em provas internacionais de atletismo. Na época já não havia atletas trans competindo em alto rendimento. As informações são do site ge.