A 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM) começou na manhã desta segunda-feira (29), em Brasília, com o tema Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas. O evento segue até quarta-feira (1º de outubro) e reúne lideranças sociais e políticas de todo o país para debater políticas públicas voltadas às mulheres.
Durante a abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou ações implementadas desde o início de seu primeiro mandato, em 2003, como a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, além de medidas recentes, como a Lei da Igualdade Salarial e o programa Dignidade Menstrual.
Lula relembrou com pesar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, classificando-o como uma tentativa de silenciar a participação feminina na política. “O golpe contra a presidenta Dilma Rousseff serviu não apenas para derrubar a primeira mulher a governar esse país. Foi também a tentativa de calar milhões de vozes femininas, porque o autoritarismo não apenas odeia. Ele teme as mulheres”, afirmou o presidente.
A ministra das Mulheres, Marcia Lopes, ressaltou que desde a última conferência, realizada em 2016, o país enfrentou retrocessos, mas que a resistência feminina fortaleceu a luta. “Enfrentamos anos de retrocessos, mas resistimos. Dessa resistência brotou ainda mais força, trazendo-nos até este espaço de reencontro e reconstrução”, declarou.
Participação de Dilma Rousseff
Em videoconferência, a ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do Brics), lembrou que a abertura da 4ª CNPM, em 2016, foi seu último compromisso oficial antes de deixar o cargo. “Este reencontro, quase dez anos depois, tem uma força ainda maior porque superamos um período de retrocessos e violência política. Resistir vale a pena”, afirmou.
Dilma destacou a importância da participação plena das mulheres na construção de um Brasil mais justo e democrático. “As mulheres brasileiras movem a economia, sustentam a democracia e garantem que as conquistas sociais cheguem a cada família. A igualdade de gênero é condição para que o Brasil seja forte e soberano”, disse.
Vozes dos movimentos sociais
Josy Kaigang, representante da Marcha das Mulheres Indígenas, ressaltou que a conferência é resultado de anos de luta coletiva, lembrando que a última marcha ocorreu sob a liderança de uma presidente mulher.
A ialorixá Sandrali Bueno, representante do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM), reforçou o caráter democrático da conferência. “Não chegamos aqui de repente. Carregamos o eco de assembleias lotadas, rodas de conversas cheias de sabedoria e plenárias onde a palavra circulava como benção, compromisso e responsabilidade”, afirmou.
A 5ª CNPM segue com debates e atividades até quarta-feira, com a expectativa de definir diretrizes para novas políticas públicas voltadas à promoção da igualdade e do combate às desigualdades, ao machismo, à misoginia, ao racismo e a outras formas de opressão.
Jornal da Chapada














































