Um crime que chocou os Estados Unidos há mais de uma década voltou a repercutir nas redes sociais. O caso de Carl V. Ericsson, que matou o ex-colega Norman Johnson por vingança de um trote ocorrido há mais de 50 anos, reacendeu debates sobre traumas, ressentimentos e saúde mental.
O homicídio aconteceu em janeiro de 2012, na cidade de Madison, no estado de Dakota do Sul. Ericsson, então com 73 anos, foi até a casa de Johnson, de 72, tocou a campainha, confirmou o nome da vítima e disparou duas vezes em seu rosto. Johnson, um professor e treinador aposentado da Madison High School, morreu na hora.
O trote que nunca foi esquecido
Durante o julgamento, Ericsson confessou o crime e afirmou ter agido motivado por um trote sofrido na adolescência. Segundo o depoimento, Johnson colocou um equipamento esportivo sobre sua cabeça, em público, no vestiário da escola, provocando risadas dos colegas. O autor afirmou que o episódio o perseguiu por toda a vida e que nunca conseguiu superar a humilhação.
A investigação revelou que os dois não mantinham contato desde o ensino médio, mas Ericsson guardava ressentimentos antigos. Após o crime, ele se declarou culpado, alegando sofrer de transtornos mentais.
Condenação e laudo psiquiátrico
A Justiça aceitou a confissão e condenou Ericsson à prisão perpétua sem direito à liberdade condicional. Um laudo psiquiátrico anexado ao processo apontou que ele apresentava depressão grave e ansiedade recorrente.
Durante a audiência, o promotor Christopher Giles afirmou que o assassinato abalou a pequena comunidade de Madison, conhecida por seus baixos índices de violência. Moradores descreveram Johnson como um professor dedicado e respeitado por ex-alunos.
Dor e ressentimento
A filha da vítima, Beth Johnson, declarou em tribunal que Ericsson “foi ciumento do meu pai a vida inteira” e que a morte causou uma perda irreparável para a família. O réu expressou arrependimento, dizendo que “gostaria de voltar no tempo”, mas o juiz manteve a pena integral.
O caso que virou exemplo nos estudos de psicologia criminal
Na época, jornais como o Los Angeles Times e a CBS News destacaram que Ericsson havia trabalhado na área de seguros e vivia sozinho em Watertown, cidade vizinha a Madison. O episódio passou a ser citado em estudos de psicologia criminal como um exemplo extremo de como humilhações e rancores não resolvidos podem se transformar em comportamentos violentos, mesmo após décadas.
Viralização nas redes sociais
Com a recente viralização do caso em plataformas como X (antigo Twitter), TikTok e Reddit, internautas resgataram reportagens antigas e levantaram debates sobre os impactos duradouros de traumas emocionais e a importância da saúde mental ao longo da vida.
Especialistas alertam que o caso Ericsson evidencia como a ausência de apoio psicológico e o acúmulo de mágoas podem levar a consequências trágicas, mesmo em idades avançadas.
Jornal da Chapada

