A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) aprovou, nesta quarta-feira (10), duas novas operações de crédito solicitadas pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), totalizando mais de R$ 950 milhões. A votação foi marcada por intensa obstrução da oposição, que tentou impedir o avanço das propostas e questionou os destinos dos recursos.
A sessão, que se estendeu por mais de cinco horas, teve momentos de tensão. Durante a análise do segundo empréstimo, a presidente da Casa chegou a solicitar o corte dos microfones dos parlamentares da minoria, após insistentes discursos que tentavam inviabilizar a votação.
A estratégia de obstrução já havia sido usada na semana anterior, quando uma sessão destinada à análise de projetos semelhantes precisou ser encerrada após às 23h devido ao impasse entre governo e oposição.
R$ 300 milhões para infraestrutura e contrapartidas
A primeira operação aprovada foi um empréstimo de R$ 300 milhões com a Caixa Econômica Federal. Segundo o Executivo, os recursos serão destinados a garantir contrapartidas de projetos realizados em parceria com a União, além de financiar novas obras em áreas como infraestrutura urbana, mobilidade, saneamento básico, saúde e educação.
O governo argumenta que o aporte é essencial para manter investimentos em andamento e assegurar a continuidade de programas considerados estratégicos.
R$ 650 milhões para parcerias público-privadas
O segundo empréstimo aprovado foi no valor de R$ 650 milhões junto ao Banco do Brasil. A justificativa apresentada pelo governador destaca que a verba será usada para viabilizar investimentos em Parcerias Público-Privadas (PPPs), modalidade que tem sido ampliada nos últimos anos na Bahia.
Parlamentares oposicionistas, entretanto, afirmaram durante o debate que o governo não esclareceu quais PPPs receberão o aporte e defenderam mais transparência no detalhamento dos contratos.
Governo acumula mais de R$ 26 bilhões em empréstimos
Com as duas novas operações, o governo Jerônimo Rodrigues chega a aproximadamente R$ 26 bilhões contratados em 22 empréstimos desde o início da gestão, em 2023. A oposição criticou o volume de endividamento, alegando risco fiscal e falta de clareza sobre os impactos futuros.
A base governista defendeu as operações como necessárias para sustentar projetos estruturantes, ressaltando que a Bahia segue dentro dos limites legais de endividamento.
Jornal da Chapada













































