O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (11), que comunicou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sua defesa de que a América Latina deve ser tratada como uma zona de paz, em contraposição ao que classificou como “unilateralismo” na política externa estadunidense. As declarações foram feitas ao final de um discurso em Belo Horizonte, durante o lançamento da caravana federativa em Minas Gerais.
Segundo Lula, em conversa por telefone no início do mês com Trump, ambos discutiram, entre outros temas, as negociações sobre a retirada de sobretaxas impostas pelos EUA a produtos brasileiros. No entanto, o presidente brasileiro lamentou a postura de “lei do mais forte” atribuída à política externa norte-americana.
“O unilateralismo que o presidente Trump deseja é que aquele mais forte determine o que os outros vão fazer. É sempre a lei do mais forte”, afirmou Lula. Ele reforçou que o Brasil não quer guerra na região e defende a solução de conflitos por meio de diálogo, diplomacia e convencimento pacífico.
Palavra como instrumento de resolução
Lula destacou que os Estados Unidos, apesar de abordarem o poder bélico, deveriam dar mais valor às soluções negociadas. “Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, para a gente fazer as coisas certas. Vamos acreditar que a palavra diplomaticamente é a coisa mais forte para resolver os problemas”, disse o presidente.
Repercussão na Venezuela
A declaração de Lula ocorre em meio a mais uma fase de tensão envolvendo os EUA e a Venezuela. Na quarta-feira (10), o governo venezuelano classificou como “roubo descarado” e ato de pirataria a apreensão de um petroleiro venezuelano, com cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo, por forças norte-americanas em águas internacionais.
Em nota, o governo de Nicolás Maduro acusou os Estados Unidos de uma política deliberada de agressão e de saque das riquezas energéticas do país. O episódio intensificou ainda mais os debates sobre atuação internacional, soberania dos países e os caminhos para a resolução de conflitos na região.
Lula voltou a reforçar que o Brasil preza por soluções pacíficas e diplomáticas na busca de estabilidade regional, reafirmando o princípio de que a América Latina deve ser um espaço de paz, desenvolvimento e cooperação.
Jornal da Chapada


















































