O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira (19) que o fim da escala de trabalho 6×1 será discutido pelo Congresso Nacional em 2026. A proposta, defendida por setores do governo federal e por partidos de esquerda, vem ganhando força no debate público, especialmente entre trabalhadores e sindicatos.
“Tem crescido a discussão do tema, essa é uma pauta que, com certeza, no início do ano, os partidos vão tratar, e nós vamos dar um encaminhamento”, declarou Motta em entrevista a jornalistas. Segundo ele, o assunto deve integrar a agenda legislativa logo nos primeiros meses de 2026.
Apesar da sinalização positiva, o presidente da Câmara fez ponderações. Em abril deste ano, durante um evento do banco Safra, em São Paulo, Motta havia demonstrado cautela ao tratar da proposta, defendendo a análise dos impactos econômicos e operacionais da mudança na escala de trabalho.
“Não dá para ficar vendendo sonho, sabendo que esse sonho não vai se realizar. Isso é uma falta de compromisso com o eleitor”, afirmou na ocasião.
Sobre outras pautas relevantes, como a reforma administrativa, Hugo Motta evitou colocá-la entre as prioridades imediatas. Ele ressaltou que 2026 será um ano atípico, marcado pelo processo eleitoral, o que reduz o tempo de funcionamento pleno do Legislativo.
“É um ano, do ponto de vista político, administrativo e de funcionamento da Casa, um pouco mais reduzido”, avaliou.
O presidente da Câmara também citou que propostas como a PEC da Segurança Pública e o projeto de lei Antifacção devem ficar para o próximo ano. Questionado sobre o PL Antifacção, que retornou à Câmara após modificações no Senado, Motta disse que a decisão sobre o texto caberá ao colégio de líderes.
“Vou trazer para o colégio de líderes, e a vontade da maioria vai ser respeitada”, concluiu.
Jornal da Chapada

