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#Política: Eleitor com medo da violência tende a votar contra Lula, afirma Felipe Nunes, da Quaest

Avaliação do eleitorado coloca Lula no centro do debate político | FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil |

O medo da violência pode ter impacto direto no comportamento eleitoral dos brasileiros em 2026. Segundo o cientista político Felipe Nunes, sócio-fundador do instituto de pesquisas Quaest, eleitores que sentem insegurança têm grande chance de votar contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com Nunes, os brasileiros estão cansados, trabalhando demais, frustrados e desejando uma vida mais flexível. Esse sentimento deve nortear o debate eleitoral do próximo ano, especialmente em temas como o fim da escala 6×1 e a flexibilização da jornada de trabalho.

O governo federal tem buscado demonstrar apoio a essa pauta. Em declaração feita no dia 2 de dezembro, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, afirmou que a gestão Lula tem “compromisso em defesa do fim da jornada de trabalho 6×1 sem redução de salário”.

As conclusões de Felipe Nunes se baseiam em uma pesquisa realizada com 10 mil brasileiros entre novembro e dezembro de 2023, encomendada pela TV Globo. Os resultados estão reunidos no livro O Brasil no Espelho – Um guia para entender o Brasil e os brasileiros, publicado pela editora Globo Livros.

Na obra, Nunes classifica a população brasileira em nove perfis identitários, com valores e preferências políticas distintas: conservadores cristãos (27%), dependentes do Estado (23%), pertencentes ao agro (13%), progressistas (11%), militantes de esquerda (7%), empresários (6%), liberais sociais (5%), empreendedores individuais (5%) e aqueles que se identificam com a extrema direita (3%).

A partir desses perfis, o pesquisador analisa valores e anseios da sociedade brasileira. Mesmo em um cenário de polarização, Nunes destaca que há valores comuns, como a fé e a família. Segundo ele, o conceito de família para o brasileiro está mais ligado ao amor do que aos laços sanguíneos.

O estudo também aponta diferenças de percepção entre homens e mulheres. Segundo Nunes, as mulheres são mais progressistas e precisam ter “coragem ao quadrado”, tanto para enfrentar a violência quanto para lidar com os desafios do mercado de trabalho. Já os homens, de acordo com o levantamento, são associados a valores como força, poder e proteção.

Outro dado destacado pela pesquisa é o nível de desinformação. Quase metade dos entrevistados não acertou nenhuma de quatro perguntas factuais feitas no levantamento. Além disso, 70% dos brasileiros superestimam o próprio conhecimento, acreditando saber mais do que realmente sabem sobre os temas que afetam a vida pública.

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