Salvador aparece como a cidade baiana com a maior concentração de pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. Dados apresentados nesta terça-feira (30) pelo Programa Bahia Sem Fome apontam que 85.682 pessoas vivem em insegurança alimentar na capital, colocando o município em destaque negativo no mapa da fome no estado.
Em coletiva de imprensa, o coordenador do programa, Tiago Pereira, explicou que os grandes centros urbanos concentram o maior número de famílias em situação de pobreza extrema. Segundo ele, quanto maior o município, maior tende a ser a quantidade de pessoas em vulnerabilidade social e, consequentemente, em insegurança alimentar.
Tiago Pereira afirmou ainda que Salvador figura entre as capitais com maior número de pessoas passando fome no país e ressaltou que o município ainda não aderiu formalmente ao sistema de segurança alimentar. De acordo com o coordenador, atualmente 189 municípios baianos já fazem parte do sistema, enquanto Salvador e Feira de Santana permanecem fora. Ele citou que cidades como Juazeiro, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas e Camaçari já aderiram.
Apesar da ausência de adesão formal por parte do município, o coordenador destacou que o Governo do Estado tem intensificado ações diretas de enfrentamento à fome em Salvador. Segundo ele, há 30 cozinhas comunitárias em funcionamento na capital, localizadas em bairros periféricos e áreas de maior vulnerabilidade social.
Além das cozinhas comunitárias, Salvador conta com dois restaurantes populares em pleno funcionamento, que oferecem cerca de 7 mil refeições diariamente. Tiago Pereira também ressaltou a atuação do Conselho de Segurança Alimentar no município, apontando que o órgão tem papel ativo ao pautar a gestão municipal para o fortalecimento das ações de combate à fome.
As declarações do coordenador ocorreram dois dias após o cantor Edson Gomes criticar a classe política brasileira durante apresentação no Festival da Virada Salvador. No palco, o artista afirmou que promessas de combate à fome costumam ser feitas em períodos eleitorais, mas não se concretizam.
Em resposta a esse contexto, Tiago Pereira afirmou que as ações desenvolvidas pelo Estado não se limitam ao discurso político. Segundo ele, o governo estadual tem assumido um compromisso efetivo com políticas públicas de segurança alimentar, citando como exemplos as cozinhas comunitárias, os restaurantes populares, a parceria com a sociedade civil e a distribuição de cestas básicas. Com informações do site Notícias da Bahia.

