O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que é pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, “não está sendo investigado nos inquéritos, portanto, isso é um fato absolutamente claro, não há nenhuma situação de investigação específica”. O ministro Cardozo se referia às investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Federal, na Operação Lava a Jato, que examina, entre outras coisas, supostas denúncias de envolvimento de Padilha com o doleiro Alberto Youssef. A PF suspeita de influência política do doleiro sobre Padilha, em virtude do diálogo interceptado em mensagens instantâneas.
Cardozo declarou ainda que não se pode fazer nenhum prejulgamento em relação a ninguém. “Houve, aí é uma referência feita a partir de dados coletados, interceptações feitas pela imprensa, então isso me parece um dado muito claro”, comentou o ministro da Justiça, se referindo a interceptações feitas que apresentariam o nome de Padilha. “Apenas estou esclarecendo processualmente que o ministro Padilha não é investigado. Existem referências feitas ao ministro e divulgadas pela imprensa no âmbito de uma investigação criminal”, acrescentou.
Para Cardozo, “é muito injusto, isto vale para qualquer pessoa, que exista prejulgamentos, especialmente de pessoas que não são investigadas”. E emendou: “é muito injusto que se prejulgue. Para isso existe inquérito, processo. Para isso existe defesa. Portanto, eu acho que, às vezes, a sociedade tende a fazer prejulgamentos e isso é muito ruim. Para isso existe no Estado democrático de direito o devido processo legal. Portanto, acho que quaisquer prejulgamentos de qualquer natureza são inclusive inconstitucionais porque a própria Constituição diz que as pessoas só são consideradas culpadas após uma decisão judicial transitada em julgado”. Da Agência Estado.