Garis do município de Araci, nordeste da Bahia, afirmam que recebem entre R$ 200 e R$ 250 por mês para trabalhar. Eles contam que não têm carteira de trabalho assinada e que o valor é pago por uma cooperativa contratada pela prefeitura da cidade. Josefa Lima de Andrade, de 45 anos, relata que, com os R$ 200 que recebe para limpar as ruas do distrito de João Vieira, mantém uma casa com cinco filhos e dois netos. “R$ 200 não dá nem para cobrir o que eu compro fiado. Não posso comer pra deixar meus netos com fome”, reclama.
Confira vídeo publicado no Youtube e enviado ao Jornal da Chapada:
“Às vezes a gente acorda e tem o café preto de manhã, sem um pão, sem um leite”, lamenta Juliana Lima de Andrade, 21 anos, uma das filhas de Josefa. Há ainda o relato de outros trabalhadores que contam receber R$ 250 para limpar o açougue da cidade. Ueston Silva Pinto, secretário de Administração de Araci, diz que desconhece o valor recebido pelos garis e que a prefeitura não é responsável pelo serviço de limpeza, uma vez que ele seria gerido pela Cooperativa de Trabalhadores e de Serviços em Gerais da Bahia (Prescoop), de Vitória da Conquista. Segundo Ueston Pinto, a Prescoop recebe valor mensal de R$ 118.750 mil.
Procurada pela reportagem, a Prescoop informou que o funcionário responsável pela contratação estava em viagem. A prefeitura informou que vai investigar o caso. “Ocorrendo o ato, comprovando a situação, a minha obrigação como secretário de Administração é abrir um procedimento administrativo e convocar a empresa para que ela preste esclarecimento”, prometeu. Enquanto a situação não é resolvida, José Lima espera poder ter condições para melhorar a situação da sua família. “[Sonho com] uma geladeira, um fogão bom, uma televisão e dar uma vida melhor para os meus filhos. Espero que um dia Deus me ajude para que eu possa realizar esse sonho, não deixar meus filhos passando fome”, comenta. Do Portal G1.