Um pedido de vista do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) adiou para a próxima semana a votação, no Conselho de Ética da Câmara, do parecer preliminar do relator Marcos Rogério (PDT-RO), que pede o prosseguimento das investigações contra o deputado Luiz Argôlo (SD-BA). Argôlo é investigado por quebra de decoro em função das denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. O parecer preliminar do relator foi feito com base na representação apresentada pelo PSOL ao Conselho de Ética. Outra representação contra contra Argôlo foi apresentada pela Mesa Diretora da Câmara, após a Corregedoria da Casa analisar as denúncias contra ele. As duas representações pedem a apuração das mesmas denúncias, que apontam quebra de decoro parlamentar.
Em virtude do pedido de vista, as representações que iriam tramitar apensadas no Conselho de Ética devem tramitar separadas, uma vez que, sem a votação desta quarta, são modificados os prazos de notificação e consequentemente de apresentação de defesa por parte do deputado baiano. A representação feita pela Mesa da Câmara não depende de votação de parecer preliminar, enquanto a outra precisa da votação do parecer de admissibilidade das investigações. Segundo o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), com o adiamento da votação hoje, o processo resultante da representação da Mesa da Câmara tramita sete dias à frente do apresentado pelo PSOL. Com isso, termina na próxima semana o prazo para notificação de Argôlo sobre a representação da mesa, enquanto que o prazo para a notificação do parlamentar em relação à representação do PSOL só começa a contar após a aprovação do parecer preliminar apresentado hoje pelo relator.
Durante a apresentação do parecer, Ricardo Izar leu procuração de Luiz Argôlo indicando o advogado Alísio Correa Reges para defendê-lo no conselho. O advogado disse que irá aguardar acesso às investigações para se posicionar, mas garantiu que seu cliente “é inocente de todas as acusações feitas a ele”. Disse, ainda, que o deputado não irá renunciar ao mandato e nem dificultar as investigações. Durante a reunião do conselho, o relator do processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR), deputado Júlio Delgado (PSB-MG), pediu ao presidente do colegiado, Ricardo Izar, que, caso Vargas não apresente sua defesa no dia de hoje, que seja nomeado um defensor dativo para defendê-lo Conselho. Da Agência Brasil.