A percepção do desejo de mudança da população diante da perda de posições da Bahia no cenário nacional e o sentimento de confiança em seu nome por grande parte do eleitorado, atestado pelas últimas pesquisas, motivaram a pré-candidatura de Paulo Souto (DEM) ao governo do estado. Assim ele justificou a participação dele na disputa eleitoral deste ano em encontro na Associação Baiana de Imprensa (ABI), na manhã desta quarta-feira (4). “Depois da definição de uma chapa competitiva com Joaci Góes (PSDB) para vice e Geddel Vieira Lima (PMDB) para senador, temos agora a importante missão de encontrar um novo caminho para a Bahia, no qual priorizamos uma gestão independente e livre, sem vinculação partidária, com os interesses de nosso estado sempre acima dos interesses dos partidos. A Bahia em primeiro lugar!”, afirmou Souto.
A situação financeira do estado preocupa, mas o pré-candidato da oposição destacou que a melhoria dos serviços públicos essenciais, como segurança pública, saúde e educação, é uma meta a ser alcançada no caso de eleito. “Vamos precisar ajustar as finanças, porque as contas estão desequilibradas. O estado se tornou um devedor crônico nos últimos anos. Mas escutamos o recado das manifestações de 2013 e sabemos da necessidade urgente de oferecer mais qualidade nesses serviços ligados à vida das pessoas”.
Ao ouvir da mesa, composta pelo presidente da ABI, Walter Pinheiro, e o diretor, Aloísio da Franca Rocha Filho, que o adversário petista dissera ser melhor candidato e mais preparado, quando participara de encontro anterior, Paulo Souto observou que cabe ao eleitorado dizer qual o melhor, no mais seria cabotinismo. “Espero que todos os candidatos estejam preparados para um debate em alto nível. A campanha precisa estar à altura do povo da Bahia”.
A ponte Salvador/Itaparica esteve na pauta do encontro. Perguntado se daria continuidade ao projeto do atual governo, Paulo Souto lembrou que a proposta inicialmente seria viabilizada com recursos privados e, agora, dos R$ 7 bilhões previstos para as obras, R$ 5,5 bilhões a R$ 6 bilhões seriam públicos. “De onde virão essas verbas públicas? Serão federais? O estado não têm condições de arcar.”.
Na avaliação de Souto, se há disponibilidade desses recursos públicos, eles poderiam ser destinados a projetos mais prioritários, porque existem alternativas mais viáveis economicamente para fazer a ligação de Salvador com a Ilha de Itaparica e ainda integrar o Recôncavo. “Além do mais, o governo já gastou R$ 120 milhões neste projeto, mas não há muita clareza nele”.
Paulo Souto destacou que, em suas gestões governamentais, sempre foi capaz de inovar e não será diferente, no caso de eleito. “Implantamos o SAC, que se tornou uma referência mundial de atendimento público ao cidadão. Instituímos as leis de licitação e de organização social. Criamos o Planserv e o Plano Habitacional do Servidor Público, atualmente suspenso pelo atual governo”.
O pré-candidato oposicionista considerou exagerado o atual número de 32 secretarias estaduais. Ele, no entanto, disse que ainda não se debruçara sobre a questão, embora tenha destacado a impossibilidade de um gerenciamento eficaz diante de tantos órgãos governamentais. Em seu último mandato (2003/2006), eram 18 secretarias de estado.
No âmbito da cultura, Souto lembrou que, durante sua gestão, foram criados o Fundo de Cultura e o Fazcultura, mas novas ações serão desenvolvidas para estimular a produção cultural no estado. “A Bahia é um estado, cujas raízes, diversidade e história devem ser fatores determinantes, inclusive em programas de desenvolvimento. A nossa cultura tem força para alavancar o desenvolvimento e vai merecer de nós toda atenção”. Ele ainda descartou qualquer possibilidade de indicações partidárias para o Conselho Estadual de Cultura. “Precisa ter representatividade setorial e qualificação”.
A mobilidade urbana foi tratada pelo pré-candidato democrata ao garantir que respeitará e continuará desenvolvendo, no caso de eleito, os projetos em andamento na capital baiana. “Também, em parceria com a prefeitura, vamos buscar melhoria e novas alternativas de eixos viários”. Ele lembrou ainda das diversas realizações dele em Salvador. “Fizemos o Bahia Azul, que saneou 70% da cidade, o Viver Melhor, que recuperou 80 áreas de risco, além do Parque Costa Azul e da implantação da Avenida Gal Costa, que agora está sendo ampliada”.