Salvo por intervenção direta do Palácio de Ondina, a disputa pela presidência da Assembleia será decidida no bate-chapa, o primeiro desde a eleição do ex-deputado Antonio Honorato para o comando da Casa, em 1997. No momento, não há possibilidade de construção de consenso em torno de um único nome, como ocorreu nos últimos anos. Aos aliados, o atual presidente Marcelo Nilo (PDT) já avisou aos líderes de partido que nada o demoverá de tentar o quinto mandato e que está pronto para o confronto com outros dois nomes posicionados no páreo – Rosemberg Pinto (PT) e Alan Sanches (PSD). Nilo conta hoje com uma lista de apoio assinada por 25 parlamentares, todos da base aliada, e vem mantendo conversas frequentes com integrantes de legendas do arco dos independentes e com a oposição.
O cenário de disputa em plenário se cristalizou depois que a oposição esticou a corda. No início da semana, lideranças do DEM, PSDB e PMDB estavam a um passo de fechar apoio a Marcelo Nilo. Diante do avanço das candidaturas de Rosemberg Pinto e Alan Sanches, recuou. Agora vai semear dificuldade para colher facilidade. Em bom politiquês, decidiu aderir à candidatura que garantir à bancada cargos no Legislativos e posições de destaque na Mesa Diretora.
Aos principais interlocutores na Assembleia, o governador eleito, Rui Costa (PT), tem garantido que não se meterá na disputa pela chefia da Casa. Para ele, leva quem tiver mais farinha no saco. Discurso semelhante ao que Jaques Wagner adotava quando a eleição no Parlamento começava a se desenhar, mas que na prática mudava ao menor sinal de embate. O que garantiu a Marcelo Nilo construir o consenso ao longo de oito anos da era Wagner. Extraído da Coluna Satélite, do jornal Correio.