A oposição baiana na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa começa a se articular para cobrar explicações de políticos e gestores do governo a cerca dos escândalos revelados nas última operações da Polícia Federal. O atual secretário de Planejamento do Estado da Bahia (SEPLAN), José Sérgio Gabrielli, pode ser convocado ainda este ano a depor na Assembleia Legislativa sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), realizada durante o período em que ele esteve na presidência da Petrobrás. O pedido feito pelo deputado estadual Carlos Gaban (DEM) foi protocolado junto à presidência da Assembleia. A expectativa do democrata é que, até a próxima terça-feira, quando haverá reunião na Casa, o pedido de convocação já tenha sido aprovado pela mesa diretora.
“Estou esperando até no máximo terça-feira quando teremos reunião. Já deve estar aprovado. Não acredito que segure, porque não tem motivo de segurar. Se trata do atual secretário de Planejamento do estado da Bahia Se o próprio governador (Jaques Wagner) declarou essa semana que todos têm que ser punidos, não entendo por que ainda não se tirou o secretário da pasta. Agora cabe a nós apurarmos e o governador tomar providências com relação ao secretário”, disparou.
O parlamentar entende também que o envolvimento de Gabrielli no caso investigado pela Operação Lava Jato ficou mais evidente depois de sua sucessora na pasta, a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, assumir que tinha conhecimento de propina durante um ex-mandato na estatal. “E com relação à Lava Jato, a atual presidente já deu entrevista dizendo que existia propina; ela está se referindo a um ‘ex-mandato’, e o ex-presidente quem era? Gabrielli.”, argumentou Gaban em seu pedido.
O secretário estadual, o ex-diretor da área Internacional da estatal, Nestor Cerveró, e o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, tiveram o bloqueio de bens de suas contas determinado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por causa dos prejuízos da compra da Passadena. “Também peço que seja solicitada ao TCU toda documentação necessária sobre o envolvimento do secretário José Sérgio Gabrielli, principalmente sobre o caso Pasadena”, informou Gaban.
Para o deputado democrata, Gabrielli tem que prestar esclarecimentos aos deputados baianos, aos quais cabe a responsabilidade de analisar o orçamento de 2015 para a Secretaria de Planejamento que foi elaborado e entregue pelo próprio secretário. “Ele é responsável pela elaboração do orçamento de 2015 que vai ser analisado pela AL-BA; o orçamento que foi elaborado e entregue pessoalmente por alguém que está sendo investigado. Acho temeroso analisar o orçamento de quem o TCU incriminou”, disse.
Câmara Federal
Já o deputado federal Antônio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara, também protocolou na Casa de Brasília duas representações na Procuradoria da República, no Ministério Público e no Tribunal de Contas da União (TCU). As representações são contra a presidente da Petrobras, Graça Foster, que, na opinião dele, não tem mais condições de continuar à frente da estatal diante das denúncias da Operação Lava Jato e da confirmação por parte dela do conhecimento sobre a propina.
Para Imbassahy, a presidente teria mentido durante depoimento da CPMI na Casa. “Ela perdeu a autoridade moral e mentiu durante o depoimento desta CPMI. Não apenas para os senhores deputados e senhores senadores, mas mentiu para o povo brasileiro”, afirmou ele, na noite da última quinta-feira, em plenário. O tucano pede ainda, em uma das ações, o afastamento imediato de Foster e a possibilidade de que seja instaurado um inquérito criminal “para investigar a prática dos crimes de falso testemunho e prevaricação”. Extraído do Tribuna da Bahia.