A noite deste sábado (24) foi marcada pela 36ª edição da Noite da Beleza Negra, onde aconteceu o concurso do Ilê Aiyê para eleger a ‘Deusa do Ébano’. Esse evento foi considerado pelo vereador de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), como a reafirmação da força cultural da periferia e destacou o fortalecimento do movimento negro com a participação dos governos estadual e federal, que apoiam o evento. O concurso da rainha do bloco afro foi realizado na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, na capital baiana e contou também com a presença do governador Rui Costa e de lideranças políticas do estado, como o deputado federal Valmir Assunção e membros do movimento negro. Nesta edição, as 15 finalistas foram selecionadas entre 60 candidatas inscritas.
“Tenho certeza que a cultura negra foi mais uma vez a maior beneficiada com o evento desta noite de sábado. Ganhou ainda mais destaque e apontou para crescimento que a periferia teve nesses últimos anos de gestões de governos petistas. É a reafirmação da força e do poder do povo negro, dos moradores de periferias, e que têm agora mais oportunidade de crescer socioeconomicamente e de mostrar sua cultura. Esse ano, a organização mais uma vez surpreendeu e apresentou para a população da Bahia uma homenagem a mulheres negras como a sambista Dona Ivone Lara e a líder religiosa do Ilê Aiyê, Mãe Hilda, figuras importantes na luta pela igualdade racial”, diz Suíca, que ainda lembra dos 180 anos completados da Revolta dos Malês.
O concurso escolheu a rainha do “mais belo dos belos”, que irá desfilar com o tradicional Ilê no Carnaval e representar a entidade ao longo de 2015. Este ano, a novidade foi para as candidatas que ficarem no segundo e terceiros lugares, elas dançarão com a Deusa do Ébano, no Carro da Rainha durante o carnaval. “Entendo que isso também é uma importante ação, até pelo fato de ser muito difícil para os jurados escolher a mais bela entre tantas competidoras com características diferentes. Como político e como militante do movimento negro, fiz questão de acompanhar de perto mais um momento que engrandece a luta por igualdade racial e contra a intolerância religiosa”, completa Suíca.