Na Bahia, de janeiro até junho deste ano, foram registrados 733 casos de sífilis. Desse total, 430 são mulheres e 303 homens. Outros dados apontam que os casos de sífilis congênita, quando a doença é transmitida da mãe para filho, também sofreram aumento. São 3.739 casos no estado, sendo 255 em Salvador, Feira de Santana ocupa o segundo lugar com 30, Ilhéus vem logo depois, com 24 casos.
O número de crianças recém-nascidas contaminadas pela doença aumentou em mais de 300% nos últimos cinco anos. São dados da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que no mundo a cada ano ocorram 12 milhões de novos casos da patologia.
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, causada pela bactéria chamada Treponema pallidum e que entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas.
Após a infecção inicial, a bactéria pode permanecer no corpo da pessoa por décadas para só depois manifestar-se novamente. “Ela é uma doença infecciosa crônica, provocada por uma bactéria e sujeita a crises, tem períodos que ela vai ficar adormecida e em outros periodos vai manifestar mais sintomas, que são divididos a depender das fases da doença.
Na primeira fase a genitália não dói e não coça, na segunda fase, aparecem ínguas, queda de cabelo, manchas pelo corpo e feridas nos órgão genitais. Se não for tratada, a terceira fase pode atingir o cérebro, o coração, ossos, olhos, ouvidos. A pessoa pode vir a ficar paralitica,” disse o ginecologista e obstetra, Roberto Fontes.
De acordo com Fontes, o perigo é maior nos bebes. “A forma mais grave da doença é quando ela é passada da mãe para o bebe ainda na barriga, através da placenta. A Sifilis pode levar o feto à morte,” disse. Como as feridas causadas pela doença, podem ocorrer no reto ou no colo do útero, e cicatrizam rapidamente, ela é facilmente ignorada.
“A melhor forma de se diagnosticar a doença é através do exame. O importante é salientar que a grande maioria das pessoas é assintomática, passam para outras pessoas, e a gestante passa pro bebê. Pessoas sexualmente ativas, que querem engravidar, devem fazer exame diagnostico,” explicou o ginecologista, Roberto Fontes.
Ainda de acordo com o obstetra, o momento vivido atualmente é de epidemia da doença. “Vivemos um momento epidêmico, tem faltado medicamento para tratar as pessoas, a quantidade de pessoas é maior do que a industria farmacêutica tem produzido,” disse. Nos postos de saúde há testes para detectar a doença gratuitamente.
“A prevenção é fundamental, a Sífilis é diagnosticável e tratável e sobretudo fica o alerta para a gestante, o ideal é que se faça o teste antes de engravidar, mas caso não aconteça, soube que esta grávida? Faz o exame e o tratamento, não só dela, mas todos os parceiros que tiveram contato com ela,caso ela trate e o parceiro não, ela vai voltar a ter a doença,” explicou Roberto Fontes. O tratamento é realizado em qualquer unidade de saúde gratuitamente. Matéria extraída na íntegra da Tribuna da Bahia.