Na primeira matéria da série do Jornal da Chapada, sobre os roteiros de caminhadas, o destaque é o Vale do Pati, considerado um dos trekkings mais bonitos do Brasil. A maioria dos turistas que já fez o percurso afirma que é um dos melhores roteiros da Chapada Diamantina.
O que torna o trekking do Vale do Pati uma experiência única é passar quase uma semana em um local isolado, onde os automóveis não chegam e não existe sinal de celular ou internet. Além de poder se hospedar e fazer as refeições na casa de nativos. Quem faz essa trilha diz que, além de ser deslumbrante, ela proporciona momentos de reflexão e autoconhecimento.
“A simplicidade da vida dos moradores do Vale do Pati me fez refletir sobre o significado da vida. Estar diante da grandeza e beleza das paisagens fez com que eu me sentisse pequena”, comentou a turista Laura Côrtes. Sinta essa emoção e contemple as paisagens mais bonitas da Chapada.
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O Pati fica escondido no meio do Parque Nacional da Chapada Diamantina, entre os municípios de Andaraí, Mucugê e Palmeiras, e possui três vias de acesso para começo e término da travessia: Vale do Capão, Guiné e Andaraí. A trilha clássica e o visual mais bonito é uma das três que saem do Capão. A trilha mais curta, porém menos impressionante, leva o Vale do Pati à Guiné. No Vale, ainda tem um caminho usado antigamente pelos mais de 2 mil habitantes que existiam no Pati e que leva à Andaraí pela Ladeira do Império. Também existem caminhos que levam à Mucugê e Igatu, mas são bem pouco exploradas.
O trekking no Vale do Pati se caracteriza por caminhadas em extensas áreas planas, porém com alguns momentos de subidas e descidas íngremes e passagens por leitos de rios. A cada instante o trilheiro se depara com morros deslumbrantes e enormes, rios magníficos, cachoeiras exuberantes que fazem compreender e admirar a magnitude da natureza local.
Essa caminhada no Vale do Pati pode ser feita de 2 a 8 dias, existem diversos percursos, com intensidades variadas. E os atrativos como o Gerais do Vieira, Rampa do “Quebra-bunda”, Gerais do Rio Preto, Morro Manoel Vitório, Mirante da Igrejinha, Morro do Castelo, Cachoeira dos Funis, Cachoeirão (por cima e por baixo), Cachoeira do Calixto, Ladeira do Império, Poção (ou Poço da Árvore) e Mata do Calixto, serão visitados conforme a logística do passeio.
Segue uma, das várias possibilidades de trekking no Vale do Pati:
Vale do Capão/Guiné/Vale do Pati/Andaraí
1º dia – De carro dá pra ir até a base da trilha que leva à “Cachoeira da Fumaça” com seus impressionantes 380m de queda livre, a maior cachoeira do Brasil. Depois da caminhada até a cachoeira, retorna para pegar o carro e seguir por terra até o povoado do Guiné, em Mucugê. Lá será a primeira e única pernoite em pousada.
2º dia – Caminhando para o Vale do Pati pela Serra do Beco, com vista para o Gerais do Vieira, passando pelo Gerais do Rio Preto e pelo Mirante do Vale, de onde pode ser avistar a “Ruinha”. Conhece o antigo centro comunitário, a Igrejinha, e pode visitar a cachoeira da Altina e Funis. A opção de pernoite pode ser na própria Igrejinha, Dona Raquel, Sr. Wilson, ou acampar em locais alternativos.
3º dia – Dia de Rei, dedicado ao morro do Castelo, onde se escala e caminha até o alto do Morro, que é possível contemplar o visual. Travessia da gruta que tem formação de quartzito, que leva até o Vale do Calixto para contemplar a melhor vista panorâmica da Chapada. Retorno para pernoite.
4º dia – Saída pela trilha do arrodeio, passando pela Toca do Gavião até o Cachoeirão por cima vista privilegiada. Seguir transpondo vários cânion e vales, descida acentuada por entre as árvores, chegando à prefeitura, na casa de Jailson para pernoitar.
5º dia – Uma das mais procuradas opções de trekking dentro do Pati é a cachoeira do Calixto. Localizada a cerca de duas horas da prefeitura, o roteiro oferece além das lindas quedas d’água, um percurso que corta uma densa mata, e ainda belos visuais do vale. Segue-se para pernoitar na casa de Sr. Jóia.
6º dia – Dia inteiro dedicado ao Cachoeirão por baixo. Caminhada pelas pedras gigantes do leito do rio e, depois de muito esforço e equilíbrio, chegada ao fim do vale para contemplar suas três quedas perenes, tendo a maior delas uma altura de 300m. Banhos revigorantes, retorno passando pela casa de Sr. Eduardo com pernoite na casa de moradores.
7° dia – Última etapa do trekking pelo Vale do Pati é subir o Morro do Império, ou seguir pela Rampa do Caim, que pode seguir ainda para Iguatu. A chegada em Andaraí, com opção de ir de carro até o Poço Azul, em Nova Redenção, no Poço Encantado, em Itaetê, ou em balneários de Andaraí.
Jornal da Chapada