Os professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) decidiram manter a greve, em assembleia realizada na segunda-feira (27), em Salvador. A paralisação, deflagrada no final do mês de maio, já dura 60 dias e afeta cerca de 35 mil alunos. A assembleia foi realizada na Reitoria da instituição de ensino, no bairro do Canela. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação do Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior da Bahia (Apub).
De acordo com o sindicato, o governo manteve a proposta anterior de reposição salarial de 21,3% em quatro anos, acrescida do aumento dos valores do auxílio de alimentação, do auxílio-saúde e do auxilio-creche. Os docentes, no entanto, recusaram. O impacto total da elevação dos auxílios para o conjunto de todos os servidores públicos federais do executivo chega, de acordo com o governo, a R$ 1,25 bilhões. Nova assembleia dos professores está marcada para a próxima sexta-feira (31), em local e horários ainda a serem definidos, conforme a assessoria da Apub.
Impasse
A proposta de reajuste parcelado foi apresentada pelo governo no dia 25 de junho. A proposta prevê aumento de 21,3% dividido em quatro parcelas. A primeira delas, de 5,5%, para 1° de janeiro de 2016; a segunda, de 5%, para 1° de janeiro de 2017; a terceira, de 4, 75%, para 1° de janeiro de 2018 e a quarta, de 4,5%, para 1° de janeiro de 2019. Os docentes, no entanto, consideraram a proposta do governo “muito abaixo da expectativa” e disseram que ela não é capaz de recuperar as perdas inflacionárias. Os professores também querem o fim dos cortes nos orçamentos das universidades.
Desde janeiro desse ano, a Ufba enfrenta contingenciamento mensal no orçamento que chega a 40%, além de contar com um déficit de R$ 28 milhões relacionado a débitos de 2014. Uma nova assembleia foi marcada para o dia 9 de julho. Em nota no último mês, a reitoria da Ufba informou que reconhece a legitimidade do movimento de docentes e trabalhadores técnico-administrativos, que também estão com as atividades paralisadas, e que se mantém aberta ao diálogo com as categorias e com o Ministério da Educação (MEC).
Estudantes da instituição também decretaram greve. De acordo com a coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba, a estudante de direito Lorena Pacheco, a mobilização dos alunos é em apoio aos professores e devido ao impacto causado pelo ajuste fiscal implementado pelo governo federal. A Universidade Federal da Bahia conta com 35 mil alunos distribuídos em 100 cursos de graduação. A última paralisação dos professores da instituição foi em 2012. Além da Ufba, outras universidades do Brasil aderiram ao movimento e estão com as atividades paralisadas. As informações são do Portal G1.