Integrantes do Movimento de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (Ceta) ocuparam uma fazenda no município de Marcionílio Souza, na região da Chapada Diamantina. O território, conhecido como Lagoa do Peixe/Itapuã, segue ocupado desde o último sábado (21), onde cerca de 100 famílias montaram acampamento no local. Na noite desta segunda-feira (23), o Jornal da Chapada encontrou em contato com a coordenação estadual do movimento e confirmou a ocupação. De acordo com Nólia de Oliveira, o ato é para tentar descobrir de quem é o terreno, “que tem posse confusa e indeterminada”.
“Vamos tentar descobrir de quem é e depois solicitar a desapropriação desse terreno”, garante a coordenadora estadual do Ceta. A ocupação foi denominada de ‘Leonardo Leite’, em homenagem ao coordenador do movimento, que foi assassinado na luta pela terra em Monte Santo, nordeste da Bahia, no ano de 2011. Ainda segundo Nólia, a ocupação aconteceu no sábado, às 22h, e as famílias iniciaram a semana montando acampamento com os barracos de palha e nesta segunda foram providenciadas as lonas.
“Essa ocupação representa a desconcentração da terra e a possibilidade de divisão para as famílias na Chapada Diamantina. Neste momento, por exemplo, esta área é uma grande extensão de terreno improdutivo e as famílias todas emboladas nos povoados vizinhos sem ter acesso à terra, com dificuldade até de água, de se locomover. Com essas terras todas presas na mão de um proprietário só”, explica Nólia de Oliveira em entrevista ao Jornal da Chapada. O movimento Ceta possui atualmente 3 mil famílias na Chapada Diamantina, entre assentados, acampados e ocupantes.
Jornal da Chapada
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