É no povoado de Paiaiá, no município Nova Soure, no nordeste do estado, que mais de 110 mil livros estão à disposição dos moradores do semiárido baiano, principalmente dos estudantes. O que surgiu como uma ideia para facilitar o acesso dos nordestinos à leitura, ao longo de 14 anos, transformou a Biblioteca Comunitária Maria das Neves Prado na maior biblioteca rural do mundo.
Quando terminava o ensino médio, José Arivaldo Prado, mais conhecido como Vadinho, começou a buscar parceiros e apoiadores para a ideia nada convencional em um povoado pequeno no interior da Bahia: fundar uma biblioteca comunitária. Vadinho é mais um protagonista da série de vídeos, produzidos pela Secretaria de Comunicação Social do Estado (Secom), sobre histórias e personagens que mostram o poder da transformação pela educação.
Atualmente o sonho do jovem, que começou numa garagem alugada, funciona em sede própria e com uma proposta diferente. Segundo Vadinho, a objetivo é ter uma “biblioteca centrada no trabalho da leitura, e da leitura que transforma”. “[a proposta é] acabar com o estigma que sempre acontece com o sertão, que é o sertão seco, o sertão da fome, da terra rachada, mas transformar pelo sertão que lê, que tem acesso à leitura, que tem acesso à informação”, contou.
Para o estudante Mateus Pereria Lago, essa experiência é marcante. “A partir do momento que você começa a ler, você tem uma nova visão de mundo, você tem uma nova visão do que você é e do que você representa para a sociedade. A partir do momento que você sente prazer pela leitura, aí já foi. Você vai além”, explicou o jovem.