“Precisamos dar importância a esta luta de se ter uma convivência harmônica entre os membros de diversas religiões. E lembrar de Mãe Gilda, figura importante nesta luta de combate à intolerância religiosa, e também de sua filha Mãe Jaciara e de outras ialorixás e de babalorixás que seguem este caminho, é reforçar a importância de se ter mais políticas públicas para impulsionar atividades das religiões de matriz africana, para reflexão e motivação na busca pela liberdade do culto religioso e combate ao racismo”. A declaração é do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que falou nesta quinta-feira (21), sobre o Dia de Combate à Intolerância Religiosa, criado em homenagem à Mãe Gilda.
Nesta quinta, o Coletivo de Entidades Negras (CEN), entidade nacional do movimento negro, se juntou aos filhos de santo do Ilê Axé Abassá de Ogum, terreiro que era comandado pela sacerdotisa, para saudar Mãe Gilda em frente ao busto construído em sua homenagem, na Lagoa do Abaeté, em Salvador. A saudação acontece exatamente 16 anos após a morte da ialorixá. Atualmente a ialorixá Jaciara Ribeiro, filha biológica de Mãe Gilda comanda o Abassá de Ogum.
“Lideranças do candomblé e de outras religiões de matriz africana, junto ao movimento negro, segue na luta, assegurando algumas conquistas. No âmbito das políticas públicas, o avanço aconteceu com a criação da secretaria estadual de Promoção da Igualdade Racial [Sepromi], em 2006, do Centro de Referência Nelson Mandela, que oferece apoio psicológico, social e jurídico a vítimas de racismo e intolerância religiosa, em 2013, e a sanção da Lei nº 13.182/14, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa. Mas precisamos de mais ações e de manter o diálogo com os movimentos sociais”, detalha Valmir.