O HPV é uma Doença Sexualmente Transmissível? Tem cura? Há risco de contágio mesmo com o uso de preservativo nas relações sexuais? Todas as mulheres infectadas pelo HPV vão desenvolver câncer de colo do útero? Toda verruga genital é HPV? Essas e muitas outras questões são dúvidas frequentes da população. O Papilomavirus Humano, ou HPV, é considerado uma Doença Sexualmente Transmissível, mas embora o ato sexual seja a principal forma de transmissão a doença também pode ser transmitida no contato de pele a pele, uma vez que o vírus pode estar instalado em áreas genitais que o preservativo não protege.
O sexo seguro é fundamental para reduzir o risco de infecção pelo HPV, mas apenas o uso da camisinha pode não ser suficiente para evitar o contágio. De acordo com o ginecologista Jorge Valente, diretor do CEPARH (Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana), “ter muitos parceiros sexuais e iniciar a atividade sexual precocemente podem aumentar o risco de contrair a doença”. Durante o parto normal, a mãe infectada também pode transmitir o HPV para o bebê.
Na maior parte dos casos, as infecções por HPV nos dois sexos são assintomáticas e regridem espontaneamente. A principal manifestação clínica da doença são as verrugas genitais. “Nos casos de diagnóstico de HPV, o parceiro deve ser investigado e, se infectado, tratado também para evitar o risco da recontaminação”, alerta Jorge Valente. O HPV possui mais de 150 tipos diferentes, sendo que pelo menos 13 deles são considerados oncogênicos, ou seja, podem causar o desenvolvimento do câncer de colo do útero, tumor causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano, especialmente os tipos 16 e 18.
Principal fator para o desenvolvimento do câncer do colo do útero, também conhecido como câncer cervical, o HPV está presente em mais de 90% das mulheres que desenvolvem esse tipo de neoplasia. Segundo o INCA, o câncer de colo de útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
O HPV pode causar também câncer de boca, garganta, pênis e ânus.
“A vacina contra HPV nas meninas a partir dos 9 anos de idade, antes do início da vida sexual, a realização do exame ginecológico preventivo [Papanicolau] anual em todas as mulheres com vida sexual ativa e o sexo seguro são as principais recomendações para a prevenção do HPV”, ressalta o ginecologista Jorge Valente. O especialista reforça que a vacinação não dispensa o uso do preservativo nas relações sexuais e a realização dos exames preventivos ginecológicos. “A vacina disponível imuniza contra quatro tipos de HPV – 6, 11, 16 e 18 da doença – mas há muitos outros, além de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis e da gravidez indesejada”, lembra o médico.