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Brasil registra 30 assassinatos de pessoas trans e travestis em 2017 e lidera ranking mundial

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A violência contra pessoas trans e travestis no país também traz números alarmantes | FOTO: Divulgação/Andréa Magnoni |

Março é mês de luta no De Transs Pra Frente. Pensando nas diversas formas como as violências de gênero afetam mulheres cis (não trans) e pessoas trans, o coletivo De Transs Pra Frente entende a importância de debater sobre como “Feminicídio e Transmisoginia”, tema desta edição, que acontece dia 22 de março, às 18h, no Teatro Gregório de Mattos, são interligados e pautas fundamentais.

O tema envolve questões-chave na discussão sobre as violências de gênero: o assassinato de mulheres cis e trans e o ódio às identidades trans e suas existências. Segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2016, o Brasil registra diariamente, pelo menos, 13 assassinatos de mulheres. Em 2014, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) fez um balanço de 4.757 mortes por feminicídio, dado que coloca o país entre os mais altos índices mundiais de mortes nesta categoria.

A violência contra pessoas trans e travestis no país também traz números alarmantes. O Brasil é o líder mundial em assassinatos desta população, e a organização RedeTransBrasil estima que, somente até março de 2017, 30 delas foram assassinadas – sendo sete da região nordeste. O ódio contra pessoas trans e travestis, em nível internacional, é considerado como genocídio e se fortalece pela transmisoginia, ou seja, a aversão ao que é tido como feminino nas identidades trans (mulheres trans e travestis, homens trans e pessoas não-binárias).

Nesta edição, o debate, mediado pela pesquisadora Viviane Vergueiro, contará com as ilustres presenças de Fran Demétrio, pesquisadora e professora doutora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Karla Zhand, ativista da Associação de Travestis e Transexuais em ação (ATRação); e Vilma Reis, socióloga e ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA).

A noite será aberta pela performance “Emoldurada”, da artista Jenny Müller, que busca trazer na sonoridade e musicalidade a violência sofrida por pessoas trans e travestis e a negação de direitos a esta população; o encerramento contará com a apresentação do grupo TRANSbatucada, movimento político-percussivo voltado para o público trans e travesti e facilitado pelo músico Antenor Cardoso.

O De Transs Pra Frente é um evento mensal, que acontece desde maio de 2016 no Teatro Gregório de Mattos e nasceu para suprir a necessidade de se falar das estratégias e urgências do movimento trans e travesti em primeira pessoa, onde pautas como a violência sistêmica, construções sociais de gênero, dificuldade de acesso à saúde, educação, trabalho e moradia têm sido discutidas e evidenciadas na voz e produção de um coletivo composto majoritariamente por pessoas trans e travestis.

Serviço
O quê? Debate sobre feminicídio e transmisoginia + apresentações artísticas.
Onde? Teatro Gregório de Mattos, na praça Castro Alves.
Quando? 22/03, às 18h.
Quanto? Pague Quanto Puder.

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