Cerca de 40% da carne bovina abatida no estado é oriunda de abate clandestino. A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado da Bahia, Sincar, Julio Farias. “O abate clandestino é um problema nacional. A situação passa pela conscientização do consumidor. No interior é um hábito o consumo de carne verde, não resfriada. Em supermercados e açougues a carne é certificada. É preciso compreender que a carne abatida em frigoríficos oficiais tem maior valor agregado”, diz. Farias reitera que existem hoje 26 abates oficiais em funcionamento e mais seis entrarão em operação.
Eles estão distribuídos por Feira de Santana, Simões Filho, Serrinha, Juazeiro, Santo Antonio de Jesus, Alagoinhas, Jequié, dentre outros. “A carne abatida em um frigorífico oficial custa 50% a mais que a clandestina. As vísceras saem a R$ 90, ao passo que no clandestino ficam a R$ 40. O couro do oficial sai a R$ 60 e no clandestino a R$ 20. Compete aos prefeitos promoverem adequação nos mercados municipais, e aumentar a fiscalização sobre a carne abatida em seus municípios”, alerta. Julio Farias cita que em municípios como Camaçari, Candeias e Alagoinhas, há registros de abate clandestino.
O presidente da Sincar avisa que estuda a criação de uma campanha educativa e assegura que a carne abatida em frigoríficos oficiais possuem certificação de procedência. “O abate em frigoríficos possui isenção fiscal. Mas é preciso destacar que só existe abate clandestino porque há mercado consumidor. Frigoríficos clandestinos não se preocupam com dejetos e o meio ambiente”, assegura. De acordo com Julio Farias a carne representa 25% do PIB agrícola do estado. Estima-se também que 90% da carne de caprino abatida na Bahia seja oriunda de abate ilegal, já para as aves a estimativa é de 20% e a de boi 40% no estado, informa o Sincar. As informações são da Tribuna da Bahia.