Se por um lado o Dia das Mães costuma ser motivo de comemoração em família, por outro, muitos casais, que não conseguem ter filhos, não têm o que comemorar no segundo domingo de maio. A data reforça sentimentos de frustração, tristeza e culpa para os casais que sofrem de infertilidade. Em homenagem ao Dia das Mães, a Insemina Centro de Reprodução Humana promove, nos próximos dias 11 e 12 de maio, o atendimento gratuito de 100 casais inférteis. A proposta da clínica é orientar casais, que não têm acesso aos especialistas da área de reprodução assistida, sobre possíveis problemas que estão dificultando a gravidez e indicar alternativas para aumentar as chances de uma gestação natural ou, quando for o caso, esclarecer sobre os tratamentos.
O atendimento, dentro do limite de vagas, será realizado das 8h às 12h e das 13h às 17h, na sede da clínica, no Comércio (Rua Miguel Calmon, nº 40, Edifício Conde dos Arcos, salas 102 e 103), em Salvador, e deve ser agendado previamente pelo telefone (71) 3012-3010. A recomendação é que as pacientes levem exames atuais e compareçam acompanhadas de seus parceiros. Homens e mulheres dividem a responsabilidade pela infertilidade.
“Sabemos que cerca de 40% dos casos de infertilidade de um casal são atribuídos à mulher, 40 % aos homens e em 20% dos casos as causas são indefinidas ou o problema está presente nos dois”, esclarece o ginecologista Joaquim Lopes, especialista em Reprodução Humana e um dos diretores da Insemina. Os pacientes do sexo masculino que forem atendidos poderão agendar, gratuitamente, o exame de espermograma. O exame de análise laboratorial do sêmen é a principal maneira de avaliar a capacidade reprodutiva do homem.
Cerca de 15 % da população brasileira em idade reprodutiva é afetada pela infertilidade, caracterizada pela ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa e que não usa medidas anticonceptivas por um período de um ano ou mais. Segundo Joaquim Lopes, “a maior parte dos casos de infertilidade pode ser prevenida ou revertida com medidas simples”. Nem todos os casais que enfrentam problemas de fertilidade necessitam recorrer a uma técnica mais complexa de reprodução assistida. Estima-se que apenas um terço dos casais com problemas para ter filhos precisa de técnicas mais complexas para realizar o sonho de ter um bebê.
Alguns fatores comportamentais estão associados à infertilidade ou podem retardar a gravidez em indivíduos férteis. “Há algumas medidas que aumentam a chance de gravidez natural”, afirma o médico. “Manter relações sexuais com frequência regular de duas a três vezes por semana e saber o período fértil são comportamentos que contribuem para uma gestação natural”, acrescenta. Ele lembra também da importância do sexo seguro para evitar infecções que podem causar infertilidade.
Várias são as causas mais comuns que podem levar à infertilidade feminina, dentre elas as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), os distúrbios hormonais, obstrução nas trompas, problemas de malformação ou tumores no útero, endometriose, miomas e ovários policísticos. A varicocele é um dos principais fatores de infertilidade masculina. A baixa produção de espermatozoides pelo testículo, causada por alterações hormonais, a mobilidade dos espermatozoides e a qualidade do sêmen são alguns dos fatores que influenciam na fertilidade do homem.
Há também causas genéticas em pacientes que não têm espermatozoides (azoospermia) ou que apresentam uma concentração inferior a cinco milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen (oligozoospermia severa). Fatores como o estresse, obesidade, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), o tabagismo, o consumo de álcool e de drogas, a poluição, uso de alguns medicamentos, problemas da tireoide e a própria ansiedade também podem comprometer a fertilidade.