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Lençóis: Mais de 30 ciclistas são diagnosticados com esquistossomose após banho em ponto turístico

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Todos os integrantes de um grupo de 32 ciclistas da cidade mineira de Montes Claros foram diagnosticados com a doença e o ponto turístico foi interditado | FOTO: Rafael Macêdo/Arquivo Pessoal |

Visitantes que estiveram na Cachoeira do Mosquito e numa área conhecida como Poção, ambos no Complexo Turístico Fazenda Santo Antônio, no município de Lençóis, Chapada Diamantina, foram confirmados com sintomas de esquistossomose. Todos os integrantes de um grupo de 32 ciclistas da cidade mineira de Montes Claros foram diagnosticados com a doença, que é adquirida mediante o contato com águas contaminadas com ovos do Schistosoma e a presença de caramujos, onde o parasita passa uma parte do seu desenvolvimento e tem a sua maturação para a forma larval.

O grupo mineiro foi à Chapada Diamantina durante o carnaval e em um dos dias do passeio o grupo esteve na fazenda particular citada. Depois de aproximadamente 45 dias da viagem, algumas pessoas do grupo começaram a sentir os sintomas da doença, conhecida também como “xistose” ou “barriga d’água”. O empresário Marcelo Braga, de 41 anos, foi quem contratou o guia local para o passeio. Ele conta que foi apenas no poção represado da fazenda que todos os integrantes participaram da programação.

“Cada dia era uma programação de pedal e nem todas as pessoas participavam. Neste dia do passeio pela fazenda, escolhemos um lugar específico justamente para as esposas e crianças irem. Como elas também foram infectadas, desconfiamos que foi lá o local da contaminação. Desde que descobrimos o fato, eu já tentei ligar para as Secretarias de Turismo e de Saúde do município e até na Vigilância Sanitária. Eu oficializei o caso por ofício, mas ainda não tive retorno”, explicou. Parte do grupo passa bem. Um homem e uma grávida continuam em observação.

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O grupo mineiro foi à Chapada Diamantina durante o carnaval e em um dos dias do passeio o grupo esteve em fazenda particular | FOTO: Rafael Macêdo/Arquivo Pessoal |

Ponto turístico interditado
Para o G1MG, o proprietário da fazenda disse que assim que soube do caso dos ciclistas infectados, por um e-mail, interditou o acesso ao poção e solicitou às autoridades de controle sanitário do município a avaliação da água e do local. Ele esclarece ainda que a fazenda encontra-se dentro de uma área de preservação ambiental, sem moradores ribeirinhos e, por tanto, sem fonte que gere contaminação na propriedade.

A expectativa é que os órgãos competentes tenham o resultado da análise da água em até 60 dias. O proprietário reforçou que o poção é um rio corrente. O empresário Rafael Macedo, de 38 anos, explica que começou a ter febre e empolação pelo corpo após a viagem. Ele conta que várias pessoas do grupo começaram a sentir sintomas isolados e que cada um procurou um médico, achando que estava com alguma virose ou até mesmo dengue.

“Eu sofri muito, mas já estou melhor depois da medicação. Um amigo ainda está em tratamento, porque o caso foi mais grave; a contaminação chegou até a medula. Neste dia da contaminação, as mulheres e as crianças foram em uma ‘van’. Cada pessoa pagou R$ 15, já que a propriedade é particular, e passamos o dia o local”, afirmou.

Em nota, a prefeitura de Lençóis afirma que já está tomando providências para realizar uma campanha de prevenção junto à população, incluindo as escolas do município e agentes de turismo local. Segundo o documento oficial, a análise da água foi iniciada na última quinta-feira (4), a fim de diagnosticar os supostos pontos contaminados. Jornal da Chapada com informações do G1 MG.

O assunto foi notícia de programa de TV em Minas Gerais

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