O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, informou que retornou ao Brasil no último domingo (11), e prestou novo depoimento à Procuradoria-Geral da República no Distrito Federal (PGR-DF) na manhã de segunda-feira (12). As informações constam de uma nota divulgada na noite de terça (13) pela assessoria do empresário. Segundo a PGR-DF, o empresário prestou esclarecimentos adicionais ao procurador Ivan Cláudio Marx, dentro do inquérito que apura o suposto recebimento de recursos ilegais no exterior pelo PT, por intermédio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
“Os recursos, originários de contratos com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], Funcef e Petros [fundos de pensão estatais], teriam contas no exterior como garantia, cujos extratos seriam mostrados por Mantega aos ex-presidentes Lula e Dilma”, diz a nota da PGR-DF. Os repasses foram relatados em depoimentos anteriores feitos por Joesley ao Ministério Público Federal (MPF), e do executivo Ricardo Saud, diretor do frigorífico JBS, uma das empresas do grupo.
As informações foram então repassadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que remeteu as investigações à primeira instância da Justiça. Segundo informações repassadas pelo MPF ao Supremo, os delatores informaram que cada um dos ex-presidentes tinha uma conta distinta no exterior. Do total, US$ 50 milhões teriam sido destinados a Lula e US$ 30 milhões a Dilma.
China
A nota da assessoria do empresário informa que, após a divulgação de sua delação premiada, Joesley Batista viajou para a China e não para “passear na Quinta Avenida, em Nova York, ao contrário do que chegou a ser noticiado e caluniosamente dito até pelo presidente da República”. Segundo a nota, o empresário participou de reuniões de trabalho em Brasília, na segunda-feira, e em São Paulo, na terça.
O texto informa que Joesley continua a morar e a criar seus filhos no Brasil. O empresário saiu do país em um jatinho particular pouco depois da divulgação de gravações feitas por ele de uma conversa com o presidente Michel Temer. O áudio motivou a abertura de um inquérito contra o presidente no STF. Da Agência Brasil.