Foram retomadas, neste mês de agosto, as negociações com os moradores do Vale do Pati, comunidade localizada no interior da Unidade de Conservação (UC) do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD) para a finalização de um termo de compromisso. O objetivo é estabelecer normas que conciliem o modo de vida tradicional da população local à preservação da biodiversidade. As negociações começaram há cerca de quatro anos, quando o PNCD produziu estudos antropológicos para conhecer melhor o histórico de ocupação e o modo de vida das famílias que habitam a localidade. Após inúmeras visitas e reuniões, foi elaborada uma minuta do termo de compromisso que, posteriormente, passou pela análise de várias instâncias superiores do ICMBio, recebendo outras contribuições.
Agora, o Parque retorna ao Vale do Pati para dar continuidade ao processo, realizar o mapeamento georreferenciado das propriedades e traçar estratégias para o monitoramento e regulação da visitação. Os encontros ocorreram nos dias 11 e 19 de agosto, na cidade de Andaraí e no próprio Pati. O termo de compromisso está sendo produzido de forma participativa entre moradores e o poder público, e visa, por intermédio do diálogo, celebrar acordos de boa convivência entre ambas as partes. Para o presidente da Associação dos Moradores do Vale do Pati, Vivaldo Domingos, “muitos patizeiros [como são conhecidos] estão conscientes sobre a importância de limites para a construção civil e a agropecuária, por exemplo, e esperam a orientação adequada para que possam adotar novas formas de realizar cada atividade”.
O que vai de encontro aos objetivos dos gestores do Parque, que observam o termo de compromisso como uma oportunidade para a gestão e o desenvolvimento do turismo de base comunitária. “A travessia do Pati é uma das mais conhecidas da UC e, possivelmente, uma das mais visitadas do Brasil. Pretendemos construir com eles as estratégias de desenvolvimento dessa atividade, de modo a conciliar os saberes e modos de vida tradicionais com a conservação da biodiversidade: um grande desafio!”, ressalta Soraya Martins, chefe do PNCD. Além de desenvolver o turismo de base comunitária, o PNCD pretende, com base nos acordos, fomentar técnicas e tecnologias que evitem a contaminação ambiental, como o saneamento básico e a gestão de resíduos sólidos, e promover métodos de produção agrícola e manejo de pastagens mais eficientes e agroecológicos. As informações são de assessoria.