E a situação do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) só piora. Seus aliados conseguiram prisão domiciliar, mas ele continua preso e nesta quinta-feira (19), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o político baiano “fez muito em pouco tempo” e o apontou como “líder de organização criminosa”. A manifestação da procuradora foi feita antes da decisão do ministro Edson Fachin, que manteve nesta quinta (19) a prisão de Geddel, mas concedeu prisão domiciliar a dois investigados ligados a ele (veja aqui). O processo estava em segredo de Justiça, mas foi divulgado nesta quinta-feira. Segundo a procuradora, o valor encontrado no apartamento pode ser apenas “uma fração de um todo, ainda maior e de paradeiro ainda desconhecido”.
“A liberdade provisória ou a prisão domiciliar, pretendidas por Geddel Vieira Lima são absolutamente incompatíveis com os critérios legais para eficiência da persecução penal, que visam garantir o interesse público, acautelando o meio social e garantindo diretamente a ordem pública. Mesmo em crimes de colarinho branco, são cabíveis medidas cautelares penais com a finalidade de acautelar o meio social, notadamente porque a posição assumida por Geddel parece ter sido a de líder da organização criminosa”, argumentou a procuradora.
Geddel foi preso no dia 8 de setembro, três dias depois que a PF encontrou o dinheiro no apartamento de um amigo do político. Os valores apreendidos foram depositados em conta judicial. Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro seria resultante de um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco. Da Agência Brasil. Texto atualizado às 21h.