O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) repudiou a fala do jornalista da Rede Globo, William Waack, nesta quinta-feira (9), e cobrou punição ao comunicador. Para Assunção, Waack deve responder pelos seus atos e não apenas ser afastado de suas funções. O parlamentar ainda cita um livro recente de Ali Kamel, diretor-geral de jornalismo da Globo, que ostenta o título: ‘Não somos racistas’. Para o petista, “a vergonha maior do país é ainda ter pessoas que fecham os olhos para o racismo e jogam o problema para debaixo do tapete”. Valmir acredita que o racismo se apresenta de forma velada no Brasil. “Se fôssemos depender dessas pessoas não teríamos protestos no Dia da Consciência Negra, nem homenagem a Zumbi dos Palmares poderíamos fazer. É uma vergonha que o país ainda viva momentos como esse”.
Ainda de acordo com o deputado petista, as falas de William Waack, tanto na sua defesa como no vídeo polêmico que viralizou nas redes, estão carregadas de arrogância. “Tá buzinando por quê, seu merda do cacete? Não vou nem falar porque eu sei quem é”. Em seguida, o jornalista olha para o convidado e diz, em um tom mais baixo: “É preto. É coisa de preto”. Valmir salienta que o profissional foi afastado de suas funções da Rede Globo, mas que a situação deve ser analisada por movimentos sociais para ser avaliada uma medida coletiva contra ele. “É preciso que todos se unam agora para não deixar isso morrer com o tempo. Ele foi afastado apenas para amenizar a situação, ele deve ser punido, para que isso não se repita. A Globo já tem um histórico negativo em relação ao racismo”, completa.
Assunção também comenta que o caso de Waack ganha repercussão justamente no mês da Consciência Negra. “Precisamos repudiar de todos os lados esse crime. Não tem como passar a mão na cabeça. Isso mostra que o racismo se entranhou em todas as classes, até os formadores de opinião são coniventes. Fora Waack tem Ali Kamel que é o poderoso da Globo e vem com um livro dizer que não somos racistas. São racistas e são homofóbicos, têm medo do povo e não respeitam as diferenças. Kamel garante que não existe discriminação racial no país e nós vivemos em paz e em harmonia. É uma batalha, vivemos diariamente em busca de igualdade e não vai ser um livro, que serve como instrumento da direita para combater as políticas afirmativas, que vai parar isso”.
Vídeo divulgado