Faz mais de 30 anos que tartarugas marinhas das espécies cabeçuda, pente, oliva e verde não desovam em praias do perímetro urbano de Salvador, como a do Farol de Itapuã. Nesse meio tempo os animais eram levados para desovar na praia de Busca Vida, em Lauro de Freitas, por conta das ações urbanas e do homem. De acordo com a bióloga Natália Berchieri, do Projeto Tamar, a mudança foi feita a partir de um projeto de conscientização com a população. Cerca de 250 ninhos das quatro espécies estão dispostos em cercados no bairro de Itapuã.
A bióloga explica que, por ano, 25 mil filhotes devem ser gerados de setembro passado a março deste ano. “A média por ninho são de 120 ovos que elas colocam. O tempo de incubação é de 50 dias, para os filhotes poderem se desenvolver embaixo da areia, emergir e caminhar até o mar”, descreveu. Ainda segundo Natália, a área onde os cercados foram criados é estudada há cinco anos. “É um grande desafio. A gente [Tamar] monitora esse local desde 1990, e nesses últimos cinco estudando a metodologia, os parceiros pra fazer isso hoje”, disse.
Ela explica que a finalidade do projeto é manter os ovos nas áreas naturais onde as tartarugas escolheram. A partir daí, com o monitoramento da caminhada dos animais para a água, a tendência é que as tartarugas estabeleçam as praias onde nasceram como um ponto, onde retornam quando adultas. Para Natália, a desova em Itapuã trata-se de um grande desafio, por conta da preservação da sociedade. “As tartarugas marinhas não são do Tamar, mas sim da comunidade, da sociedade. Queremos fazer com que, cada dia mais, a população se aproprie da preservação ambiental e marinha”, disse. As informações são do G1BA.