Quase dois anos após a saída de Rousseff do Planalto o saldo é de desmonte das estruturas de políticas públicas para mulheres, bem como o enfraquecimento da participação feminina nos espaços de poder. É o que revela o livro “O Golpe na perspectiva de Gênero”, que será lançado na próxima quinta-feira (1º), às 14h30, na Assembleia Legislativa da Bahia, como parte da sessão especial ‘Mulher e Democracia’. O evento é organizado pela Bancada Feminina da Casa, coordenada pela deputada estadual Neusa Cadore (PT), e dará início ao calendário de mobilizações referentes ao Março Mulher no estado.
A atividade terá a participação de parlamentares, da titular da Secretaria estadual de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira; da Secretária de Trabalho, Emprego e Renda, Olívia Santana; da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Celi Regina Pinto; da vereadora Marta Rodrigues, além de outras lideranças políticas e feministas.
Lançamento
O livro é organizado pela professora Dra. Linda Rubim e a jornalista Fernanda Argolo, ambas pesquisadoras Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura da UFBA (Cult). A publicação consta de 12 ensaios que sinalizam os enfrentamentos de gênero que acompanharam a gestão e a crise do mandato da presidenta Dilma Rousseff, as reações das mulheres à sua destituição; e os impactos do impeachment para a participação política das mulheres no Brasil e a democracia.
“O afastamento de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidenta do Brasil, gerou inflamados debates sobre economia e corrupção enquanto a questão de gênero, apesar de evidentes tensões nesse campo, foi uma questão praticamente à margem das pautas de discussões, ficou relegada, ao status de questão menor”, afirmam as organizadoras.
O livro também destaca como o processo histórico de inserção das mulheres ao espaço político tem sido marcado por uma dinâmica de avanços e retrocessos. As autoras recuperam o debate sobre o que é ser político na conjuntura brasileira e porque Rousseff foi considerada uma mulher fora de seu lugar. A representação estereotipada da presidenta pela mídia e a banalização do debate sobre as mulheres em locais de poder é um dos pontos altos do título, que recupera os episódios de sexismo que marcaram o período de sua gestão. As informações são de assessoria.