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#Vídeos: Jaques Wagner afirma nunca ter recebido, nem pedido propina após acusações da PF

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Wagner foi acusado pela Polícia Federal de ter recebido R$ 82 milhões em propina durante a construção da Arena Fonte Nova | FOTO: Divulgação/Ascom |

O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou em entrevista coletiva, na tarde da última segunda-feira (26), em Salvador, que nunca recebeu, nem pediu propina. Wagner foi acusado pela Polícia Federal (PF) de ter recebido R$ 82 milhões em propina durante a construção da Arena Fonte Nova. Dois advogados de Wagner, Tiago Campos e Pablo Domingues, também participaram da coletiva. “Eu não sei de onde tiraram aquele valor de R$ 82 milhões, e acho estranho que, antes da investigação chegar ao fim, alguém já se pronuncie nesses termos […] Então, repilo a ideia de receber propina”, disse o ex-governador.

Bruno Dauster, chefe da Casa Civil da Bahia, e o empresário Carlos Daltro, amigo de Wagner também são investigados e junto com o ex-governador foram indiciados pela Polícia Federal, por suspeita de recebimento de propina pelo consórcio responsável pelas obras da Arena Fonte Nova. Campos afirmou que a defesa ainda não teve acesso ao inquérito completo. “A primeira coisa que fizemos foi pedir acesso à integralidade do inquérito. Nós não temos ciência da integralidade do processo, por mais que seja um processo de apuração inicial”, disse.

As investigações fazem parte da Operação Cartão Vermelho. De acordo com laudo da PF, as obras da nova Arena Fonte Nova foram superfaturadas em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões. “Em PPP [Parceria Público Privada], não existe a figura do superfaturamento como está se insistindo em falar. Nós contratamos, o estado da Bahia, a PPP do estádio, para me entregarem o estádio e a gestão do estádio. Estou muito à vontade porque o valor, por acerto, da Arena Fonte Nova está entre os mais baixos daqueles que foram construídos para a Copa do Mundo de 2014. Há pronunciamento do TCU dizendo que os preços são absolutamente normais”.

Durante busca e apreensão nesta segunda, documentos, mídias e 15 relógios de luxo foram apreendidos no apartamento de Wagner, em um prédio no Corredor da Vitória, área nobre da capital baiana. A sede da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, pasta que Wagner comanda atualmente, também foi alvo de mandados. A PF também cumpriu mandados nas casas e nos escritórios de Bruno Dauster e de Carlos Daltro. A polícia investiga se Dauster e Daltro atuaram como intermediários para o recebimento de propina a Wagner.

O outro integrante da defesa do ex-governador, o advogado Pablo Domingues também falou sobre o processo de investigação. “Não existe uma acusação penal contra o secretário. Há um processo de investigação que ainda não está concluído”. Na coletiva, Jaques Wagner respondeu a um questionamento sobre a possibilidade de que as acusações possam ter motivação política, e respondeu dizendo que ele é tido como “plano B” do partido nas eleições presidenciais deste ano.

“Quando a gente chega ano eleitoral, efetivamente, eu sou citado como plano B, o [Fernando] Haddad é citado como plano B, e também foi contra ele aberto um inquérito. Eu então, eu prefiro que as coisas se esclareçam para que eu possa me defender”, disse. O secretário ainda negou que os relógios apreendidos são de luxo. “Eu estou com minha cabeça absolutamente tranquila. Vou aguardar o final desse processo de inquérito. Vamos ver o que que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal dirão, e eu vou me defender com muita tranquilidade”, disse.

Jaques Wagner foi governador da Bahia por dois mandatos consecutivos (2007-2014) e deputado federal por três mandatos. No governo Dilma Rousseff, o petista foi ministro da Defesa (2014) e da Casa Civil (2015), e também chefe de gabinete da presidente (2016). No governo Lula, foi ministro do Trabalho (2003) e das Relações Institucionais (2005/2006), além de ter chefiado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (2004).

Em novembro de 2016, meses após o afastamento de Dilma no processo de impeachment, Wagner voltou à gestão estadual na Bahia como coordenador-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia (Codes), estrutura vinculada à Secretaria de Relações Institucionais (Serin). Jornal da Chapada com informações de G1BA.

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