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Moradores da Chapada Diamantina são surpreendidos com apagão e comentam o ocorrido

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Em Mucugê, entretanto, as pessoas não sentiram a falta da energia, teve fogueira, música e o céu estava espetacular | FOTO: Montagem do JC/Divulgação | 

Os municípios da Chapada Diamantina sofreram com a queda de energia elétrica que teve início na tarde da última quarta-feira (21) nas regiões Norte e Nordeste. A apreensão quanto aos aparelhos domésticos e alimentos refrigerados foi grande em moradores de locais como o Vale do Capão, em Palmeiras.

A moradora da vila, Taís Cunha disse ao Jornal da Chapada que ficou preocupada com a possibilidade de algum aparelho queimar, e os alimentos que estavam na geladeira estragarem. “Na minha casa, que fica na região da Mata, teve o apagão, e durou algumas horas para a luz retornar. E depois a energia ainda caiu mais algumas vezes, cerca de quatro ou cinco vezes, e em questão de minutos a energia voltou”, contou.

Para o itaeteense Mariomar Oliveira Cruz a Chapada ficou “desconectada do mundo” e as pessoas ficaram sem saber o que tinha acontecido ao certo. Ele afirmou que Itaetê se sentiu em um caos. “Não se trata apenas do fato de ficar sem energia por mais de oito horas. Mas pelo descaso, frustrações, desconfortos e prejuízos com a situação”. Segundo ele, os bancos, postos de gasolina e comércio fecharam após a queda.

Isso sem contar na preocupação com hospitais, postos de saúde, escolas (que fizeram dispensas de alunos). “Os transtornos atingiram a população em massa, que ficou sem explicação plausível sobre as causas. Aqui tem empresas e pessoas para as quais a energia é vital”, reclamou Mariomar.

Imagem publicada em rede social | FOTO: Joelson Pereira Dos Anjos |

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Já em Mucugê, os moradores não sentiram tanto a falha elétrica e continuaram com a vida normalmente. Em conversa com o Jornal da Chapada, a vereadora de Mucugê, Núbia Novaes, afirmou que mesmo com o apagão a praça principal esteve com supermercado, restaurante e outros estabelecimentos abertos. “Na cidade toda alguns bares, restaurantes, lanchonetes e pizzarias também estavam em um bom funcionamento apesar do apagão”, disse.

Ela afirmou que parte considerável da comunidade e visitantes saíram de casa mesmo com a falta de energia. “Afinal o céu estava espetacular de estrelas e a luz muito linda”, afirmou Novaes. Inclusive alguns moradores aproveitaram a queda de energia para sentarem ao redor de uma fogueira e contar histórias antigas e reunidos numa roda de amigos.

Autoridades debatem em Itaberaba, mesmo no escuro, ações para a segurança pública da zona rural | FOTO: Divulgação/Secom |

Em Itaberaba, a falta de energia não impediu o prefeito Ricardo Mascarenhas (PSB) em tratar o tema segurança pública da localidade de São Vicente com o 11º Batalhão da PM, a Ouvidoria Municipal, a Guarda Municipal e a Superintendência de Trânsito.

Em resposta aos pedidos da comunidade, ficou definido que o policiamento no local será reforçado, principalmente aos fins de semana, com rondas e efetivo local, todos os dias, das 8h às 22h. O prefeito Ricardo também garantiu que a gestão ‘Cidade de Todos’, fará a reforma completa do posto policial e melhorias na iluminação.

Falha em disjuntor
A queda no fornecimento de energia para as regiões Norte e Nordeste foi causada por falha em um disjuntor na Subestação Xingu, no Pará, responsável pela distribuição da maior parte da carga gerada pela Usina de Belo Monte para a Região Sudeste. A informação foi divulgada na noite desta quarta-feira (21), pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata Ferreira.

Segundo nota do ONS, o problema se iniciou às 15h48, e em todas as capitais do Norte e Nordeste ocorreu interrupção do suprimento de energia elétrica. De acordo com Ferreira, mais de 70 milhões de pessoas foram afetadas. As causas da falha no disjuntor estão sendo investigadas, mas o ONS descartou sobrecarga no sistema, fatores climáticos ou queimadas.

Com o desligamento do disjuntor, “houve um excesso de geração” para a Região Norte. Isso disparou uma proteção automática em todo o sistema, separando a região Norte da Nordeste e as duas do resto do país. De acordo com Ferreira, o religamento do sistema teve de ser feito aos poucos, para garantir segurança no processo, evitando que nova queda.

Por Adalício Neto / Jornal da Chapada

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