Os prefeitos de Ipirá, Marcelo Brandão (DEM), e de Pilão Arcado, Afonso Mangueira (PP), tiveram mandados de afastamento dos cargos públicos cumpridos nesta terça-feira (21) pela Polícia Federal (PF), com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU). Os mandados fazem parte da operação Offerus, uma referência à lenda de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas.
A operação deflagrada é contra um esquema criminoso de fraude a licitações, superfaturamento, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva e lavagem de ativos envolvendo a contratação do serviço de transporte escolar nos municípios de Alagoinhas, Casa Nova, Conde,Jequié, Ipirá e Pilão Arcado, nestes dois últimos há também mandado de prisão preventiva para serem cumpridos. Cerca de 90 policiais federais e 21 auditores participaram da operação.
A PF cumpre 19 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e nas residências dos envolvidos no esquema. De acordo com a polícia, também estão sendo realizadas buscas e apreensões em Salvador. Segundo informações preliminares, mandados na capital baiana foram cumpridos em uma loja de móveis que fica na região da Lucaia.
Conforme constatado durante as investigações, iniciadas em 2017, as licitações eram direcionadas para beneficiar um grupo de empresas pertencentes ao mesmo empresário. Esse empresário terceirizava a execução dos contratos para motoristas locais a preços inferiores e se apropriava da diferença, o que lhe rendia cerca de R$ 300 mil mensais. Parte do valor era utilizado para pagamento de propina aos servidores públicos envolvidos no esquema.
A PF informou ainda que a Justiça determinou o bloqueio de R$ 39 milhões em valores e bens pertencentes aos investigados. Esse é o valor do superfaturamento e do desvio apurado em auditorias realizadas pela CGU apenas nos municípios de Alagoinhas e Casa Nova. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
O secretário de comunicação da prefeitura de Alagoinhas informou que estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão na prefeitura da cidade, na Secretaria de Educação e no Centro Administrativo Municipal. Entretanto, a prefeitura está funcionando normalmente e a situação está sendo apurada. Jornal da Chapada com informações de G1BA.