Moradores da comunidade de São José, no município de Lençóis, na Chapada Diamantina, se reuniram na última quinta-feira (18) no leito do Rio Utinga para denunciar a morte do manancial e os projetos de empresas da monocultura que, segundo eles, agridem com violência, deixando a população sem água e causando as mortes dos animais e dos peixes. O ato encerrou com o fechamento da BR-242 que durou cerca de 40 minutos, e causou uma imensa fila de carros, caminhões e ônibus nos dois sentidos da via que liga a capital baiana a outras regiões.
Esse rio é responsável pelo abastecimento de grande parte da população e pelo desenvolvimento econômico através da agricultura familiar, das cidades de Utinga, Wagner, Lajedinho e Andaraí. A bacia hidrográfica formada pelo Rio Utinga abrange uma área de aproximadamente três mil quilômetros quadrados. Esta área, encravada na porção central do estado da Bahia, constitui um subsistema hidrográfico integrante da bacia do Rio Paraguaçu.
A falta de políticas públicas de revitalização e de uso sustentável têm levado ao iminente fim deste e de outros rios do país. Para Erica Oliveira de Lima, de 17 anos, e moradora da comunidade, a água é um bem precioso da humanidade. “A água é um direito básico para o ser humano e tem pessoas se apoderando do rio para enriquecer”.
Em nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema) reconheceu a situação crítica da sub-bacia do Rio Utinga. Segundo a técnica da Secretaria, Larissa Cayres, ainda vai demorar alguns dias para que a água chegue no baixo curso do rio. “A solução para a crise do rio Utinga passa por uma série de ações como controle da demanda com a lacração de bombas, limpeza do leito de todos rios afluentes, entre outras ações”, informou em entrevista ao jornal A Tarde, dia 13 de outubro. As informações são de CPT Bahia.