O candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, prometeu acabar com o que julga ser “coitadismo” de alguns grupos da sociedade. A entrevista para a TV Cidade Verde, do Piauí, foi concedida no último sábado (20), do seu apartamento no Rio de Janeiro e divulgada nesta terça-feira (23). Diante de uma pergunta sobre violência dentro das escolas, Bolsonaro fala do que vê como necessidade de reafirmar a autoridade do professor.
O postulante então volta a classificar como “kit gay” e estímulo à sexualização da infância o material de combate à homofobia do Ministério da Educação, desenvolvido em 2011. A cartilha, aprovada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Conselho Federal de Psicologia, nunca trouxe representações de crianças mantendo relações sexuais e não chegou a ser distribuída.
Quando o jornalista Joelson Giordani aponta que “o preconceito existe e precisa ser combatido”, Bolsonaro afirma que quando era pequeno “não tinha essa história de bullying, o gordinho dava pancada em todo mundo, hoje o gordinho chora”. Ele completa que “não tem que ter uma política” específica para grupos vulneráveis e faz a sua listagem. “Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”.
O candidato já disse em entrevistas que é “homofóbico, com muito orgulho” e que preferia ter um filho morto a um filho homossexual, entre outras declarações homofóbicas ao longo dos anos. Em uma palestra no ano passado, no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, o então deputado disse que ao visitar um quilombo constatou que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais”.
Uma denúncia de racismo foi protocolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) mas não foi aceita no Supremo Tribunal Federal (STF). Em relação aos mulheres, ficou notório o caso em que ele disse para a deputada Maria do Rosário que não a estupraria porque ela “não merece”, assim como sua fala de que sua única filha foi uma “fraquejada”, assim como suas repetidas afirmações de que a desigualdade salarial de gênero não deve ser combatida por novas políticas públicas. Jornal da Chapada com informações da Exame.