Fernanda Salles Andrade, que assina texto com informações falsas sobre uma jornalista do Estado de S. Paulo no site Terça Livre, ocupa cargo no gabinete do deputado estadual Bruno Engler (PSL), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O site reúne ativistas conservadores e simpatizantes ao governo Jair Bolsonaro e, no último domingo (10) atribuiu falsamente à repórter Constança Rezende a declaração “a intenção é arruinar Flávio Bolsonaro e o governo”, ao tratar da cobertura jornalística sobre as movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador e filho mais velho do presidente.
A nomeação de Fernanda para atuar no gabinete de Engler foi publicada no dia 2 de fevereiro. Segundo dados da ALMG, ela recebe salário de R$ 6.543,69. Após a nomeação para o cargo, Fernanda assinou dois textos no site Terça Livre que trataram de atividades ocorridas na Assembleia. Há duas semanas, ela assinou um texto com o título “Deputado do PT defende ideologia de gênero sob forte protesto na ALMG”, em que descreve a participação do deputado Betão em uma comissão que debatia, segundo o texto, “ensino de gênero e sexualidade para crianças a partir dos 6 anos de idade”. No Dia Internacional da Mulher, outro texto de Fernanda diz que um evento na assembleia promovia “doutrinação ideológica”, e registra a entrega de panfletos a crianças e adolescentes.
Ao Estado, Fernanda afirmou que os textos foram escritos fora de seu horário de trabalho. Ela diz ainda que sua atividade no gabinete de Engler não tem relação com sua colaboração para o site. Fernanda também rebateu críticas ao texto que traz informações falsas sobre a repórter do Estado. Segundo a assessora parlamentar, o site apenas reproduziu informações recebidas por um jornalista francês, identificado pelo Terça Livre como Jawad Rhalib.
Responsável pela contratação na ALMG, Engler é ligado ao Movimento Direita Minas e gravou vídeos com Bolsonaro durante sua campanha eleitoral. No canal do Direita Minas no Youtube, há também um vídeo de autoria do Terça Livre. Gravado durante a campanha eleitoral, em julho do ano passado, o vídeo traz uma imagem de Fernanda e a gravação de uma entrevista por telefone com Bolsonaro, então candidato à Presidência da República. As informações são do site Metrópoles.
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