A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, este ano, inicia-se no estado da Bahia com a Marcha estadual Lula Livre. São 2.500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que percorrerão cerca de 50km, saindo de Camaçari em direção a Salvador. No caminho, protestos em prol da liberdade de Lula contra a paralisação da reforma agrária e contra a reforma da previdência. Um ato na Praça Abrantes, em Camaçari, abriu a marcha do MST na última quarta (10).
“A marcha mobiliza jovens, adultos e idosos, que se colocam a disposição do país na defesa dos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora. Diversas têm sido as investidas do atual governo contra os trabalhadores do campo, a exemplo da reforma agrária, completamente paralisada pelo Governo Bolsonaro. Nossa marcha cumpre o papel de envolver toda classe em um grande ato de unidade, luta política e por Lula Livre”, afirma Evanildo Costa, da direção nacional do MST.
Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), trazer a reforma da previdência como pauta no atual contexto político é fundamental. “A marcha tem a possibilidade de ser uma ferramenta de formação e informação acerca da reforma da previdência. A PEC 06/2019 proposta pelo governo Bolsonaro ao legislativo é uma afronta aos direitos sociais e atinge principalmente as mulheres, os professores e as professoras e os trabalhadores e as trabalhadoras rurais”, diz o parlamentar.
A reforma da previdência coloca fim ao tripé da Seguridade Social – Previdência, Saúde e Assistência Social, previsto na Constituição e no regime solidário entre os trabalhadores da ativa e os aposentados. Na proposta, a tendência é que todo sistema previdenciário se torne uma capitalização individual e privada, administrada pelos bancos, os únicos beneficiados com tais mudanças. Trata-se da substituição do direito da aposentadoria por uma poupança a ser especulada pelo sistema financeiro.
“Isso é grave! E quem sonha em ter aposentadoria integral, deverá ter 40 anos de contribuição. A PEC acaba com a aposentadoria especial rural ao exigir a efetiva prova de contribuição. Além de exigir a prova da contribuição, a PEC eleva a contribuição mínima de 15 para 20 anos, o que certamente significará exclusão previdenciária”, completa Valmir.
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