O Colégio Estadual Victor Civita, localizado na comunidade Dique Pequeno, no Engenho Velho de Brotas, em Salvador, passa a ser denominado de Colégio Estadual Mestre Moa do Katendê. A portaria nº 471/2019, que determina a alteração, publicada no Diário Oficial (D.O.) e assinada pelo secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, atende à uma solicitação da comunidade escolar, dos moradores do Engenho Velho de Brotas e do movimento negro. A iniciativa presta uma homenagem a um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia, assassinado com 12 facadas pelas costas, no dia 8 de outubro de 2018. Mestre Moa morava no bairro e tinha uma importante atuação cultural junto à comunidade local, tornando-se uma liderança reconhecida em todo o país e no mundo e teve filhos e sobrinhos que estudaram no colégio, que hoje recebe o seu nome.
Em nome da família do Mestre Moa, a sobrinha Renilda Costa, falou sobre a mudança. “A homenagem circulou rápido, todo mundo nos parabenizando. Estamos muito felizes e vibrando com isto que, para nós, tem um significado enorme pela importância que foi meu tio, não só para a comunidade local, mas para todo o país. É um orgulho danado ter a escola onde estudaram tantos parentes, filhos e sobrinhos com o nome dele. Sou muito grata à diretora da unidade escolar, Rodrenice Borges, e à Secretaria da Educação pela sensibilidade de atenderem ao pedido da comunidade”, declarou Renilda, emocionada.
A diretora Rodrenice também falou com entusiasmo sobre a mudança do nome da escola para Colégio Estadual Mestre Moa do Katendê. “Estou radiante, feliz demais. Ao contemplar uma solicitação da comunidade, a Secretaria da Educação está valorizando a mesma e enaltecendo a questão do pertencimento. Moa foi uma pessoa muito querida de todos nós e ele tinha uma ligação especial com o nosso colégio. Tanto que pouco tempo antes de morrer, ele veio aqui na escola para oferecer dar aula de capoeira gratuita para os estudantes. O colégio é um patrimônio dos estudantes e ao serem atendidos contribui para que eles se sintam ainda mais respeitados. Nossa unidade está passando por uma reforma geral, depois de 20 anos de existência, e isto também vai somar para a melhoria do ensino e aprendizagem”, ressaltou.
Legado cultural
Romualdo Rosário da Costa (1954-2018), conhecido como Mestre Moa do Katendê, foi compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira brasileiro. O capoeirista se preparava para construir um espaço próprio na comunidade Dique Pequeno. A sua morte suscitou homenagens de nomes de peso como Caetano Veloso e Gilberto Gil, bem como de artistas internacionais, como Roger Waters. Grupos de capoeira e movimentos ligados à cultura africana também fizeram homenagens em Salvador, Recife e São Paulo. Após seu falecimento, foi produzido o documentário “Quem vai quebrar a máquina do mal?”, dirigido por Carlos Pronzato. A película conta a história de Moa e traz entrevistas de pessoas próximas e testemunhas do crime que o vitimou. As informações são da SEC.