O tenente-coronel Alexandre de Almeida, a mais importante autoridade do setor no controle de armas que circulam no Rio de Janeiro e Espírito Santo, foi preso na última terça-feira (23), por conta de um esquema de desvio de armas do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 1ª Região Militar do Exército, do qual foi chefe. Ele tinha como atribuições fiscalizar a importação e o comércio de armas, os clubes de tiro, o comércio de explosivos, a blindagem de veículos, além das atividades de caçadores, atiradores e colecionadores, estes últimos são conhecidos pela sigla CACs.
O governo estuda, para os próximos dias, facilitar a aquisição de armas pelos CACs, por meio de um decreto que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pretende assinar, aumentando o tempo de validação dos registros. A investigação do Exército ocorre também no momento em que o arsenal e a concessão de registros para caçadores, atiradores e colecionadores de armas de fogo dá um salto nos últimos cinco anos, como o GLOBO revelou na última segunda-feira. As novas autorizações para a categoria passaram de 8.988, em 2014, para 87.989, em 2018, ou seja, um aumento de 879%. Atualmente, há 255.402 licenças ativas no Brasil. Já o número de armas nas mãos dos CACs foi de 227.242 para 350.683 unidades.
De acordo com o inquérito policial-militar instaurado pelo Exército, armas desviadas pelo tenente-coronel Alexandre de Almeida eram repassadas ao Guerreiros Escola de Tiro e Comércio de Armas, na cidade de Serra, no Espírito Santo, por intermédio do irmão do oficial, Rafael Felipe de Almeida. O fio da meada foi o desvio de uma pistola calibre 9mm, da marca Taurus, entregue por um coronel ao Serviço de Produtos Controlados, assim que este oficial passou à reserva. Ao se informar em dezembro do ano passado sobre o destino da arma, o oficial descobriu que a pistola tinha sido repassada ilegalmente para o CAC Rafael de Almeida, que a enviou para o clube capixaba. Jornal da Chapada com informações do jornal Extra.