Por Livia Marques*
O brasileiro é conhecido por sua alegria e seu jeito de lidar com as adversidades. Em muitos dos casos, as pessoas utilizam da resiliência e do aprendizado que vai aprendendo no seu dia a dia. Mas se formos pensar nas questões que temos percebido socialmente, dentro até dos discursos em conversas, redes sociais e da demanda em clínica psicoterápica, vemos que alguns fatores tem prejudicado o povo, que são as preocupações com a corrupção e a vida política que envolve questões econômicas, educacionais, saúde, moradia e, não menos importante, o emprego.
Apesar de não ser analista política, estudo o comportamento humano há mais de 10 anos. Aprendo todos os dias, pois ainda tenho muito que conhecer. Dentro de Psicologia estudamos patologias e Psicologia social. Não importa de que lado político a pessoa esteja, todos desejam que as coisas melhorem, pensando no coletivo. O coletivo é importante assim como o equilíbrio e as possibilidades para que todo o povo brasileiro tenha maior possibilidade de sucesso. Mas posso dizer que a questão da corrupção e do não saber o rumo das situações no país que as pessoas conhecem como seu lugar, o qual constrói sua subjetividade e tem a sua base de vida.
Pessoas com pavor, com medo, corroídas por brigas e isoladas umas das outras. Isso é algo que está passando do limite e que traz realmente prejuízos e perdas no dia a dia de todos. Quando percebemos o absurdo das coisas, começamos a sofrer. Certa vez, presenciei um ataque de pânico bem na minha frente, causado por uma reportagem que trazia vários depoimentos sobre corrupção, impeachment e sobre os marginalizados versus minoria com voz e lugar.
O motivo desse ataque? Pode ser mais de um. Como hipóteses diagnósticas podemos citar, por exemplo, depressão, transtornos pós-traumático, de ansiedade e alimentares, estresse dentre outros. Algumas pessoas acreditam que essas situações políticas, culturais e sociais não impactam a psique dos indivíduos. No entanto, posso afirmar, infelizmente, que esta afirmativa não é real. Todos sofrem psicologicamente com tais situações.
*Livia Marques é psicóloga clínica; MBA em Gestão de Pessoas, Especializada em Terapia Cognitiva Comportamental; coordenadora editorial, escritora, palestrante e professora Universitária. CRP 05/37353