“O chão só dá se a gente plantar, se a gente não planta, o chão não dá”. Embalados por essa canção, técnicos de assistência e extensão rural participaram, de segunda (12) à sexta-feira (16), de uma imersão no Plano de Ação sobre Segurança Alimentar e Nutricional, do Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva. Mais de 80 técnicos de Ater participaram de palestras e aulas práticas sobre alimentação saudável e soberania alimentar, aprenderam sobre o plantio e a utilização de plantas alimentícias não convencionais (Panc) e agora estão aptos a multiplicar o conhecimento para mais de seis mil famílias de agricultores familiares em todo estado.
A capacitação é uma iniciativa do Bahia Produtiva, projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio de acordo de empréstimo com o Banco Mundial, em parceria com a VP Centro de Nutrição. O diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, destacou que o objetivo é ajudar os agricultores a produzirem esses alimentos em maior quantidade e maior qualidade: “Queremos que essas famílias estejam bem alimentadas e não somente obtenham renda, mas que tenham em sua propriedade produtos que possam consumir diariamente”.
Durante a capacitação, foi possível aprender que algumas plantas encontradas no quintal de diversas famílias de comunidades rurais, como língua de vaca, ora-pro-nóbis, taioba, araruta e jatobá são alimentos ricos em vitaminas e nutrientes, fáceis de serem cultivados e podem se transformar em deliciosas refeições, e, assim, ampliar a diversidade do consumo alimentar. Para a agrônoma e extensionista que atende o Território de Identidade Recôncavo, Ademilde dos Reis, a capacitação buscou o resgate, a valorização do que é cultural, tradicional, mas que muitas pessoas ainda não têm esse despertar: “O Governo do Estado vem com essa atividade buscar o resgate nas comunidades para fazerem o uso dessas plantas na alimentação e para fazerem o uso também para o tratamento de saúde, porque muitas plantas são fitoterápicas”.
Para a pedagoga e extensionista do Baixo Sul, Ioná Manuela Santana, essa foi uma das melhores iniciativas de políticas públicas pensadas para o agricultor: “Não adiantaria a Ater ter capacitação sem pensar como introduzir isso na realidade do agricultor, que vai ter o diálogo com o vizinho, propor um espaço familiar que ele está inserido como referência e, acreditando nisso, ele pode conduzir a mudança de um processo que vem arraigado desde os seus pais e, assim, nós podemos, de fato, pôr em prática esse aprendizado adquirido aqui na capacitação. É plantando que nós vamos enxergar, nesse espaço rural tão lindo, mudanças significativas”. As informações são da SDR.