A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) tem recebido muitas críticas na internet desde que votou a favor da reforma da Previdência. O PDT colocou a parlamentar “na geladeira” sob a alegação de que Tabata votou contra a orientação da sigla. Os principais ataques foram feitos pela liderança mais conhecida da legenda, o ex-governador do ceará Ciro Gomes (PDT). Tabata rebateu as declarações do ex-presidenciável em entrevista ao Congresso em Foco e afirmou que ele tem espalhado fake news para ganhar as eleições de 2022.
Segundo a deputada, o Ciro Gomes que se apresenta hoje não é o mesmo que concorreu em 2018 nem o que governou o Ceará na década de 90. “O Ciro Gomes que foi governador do Ceará é o Ciro Gomes que eu votei para presidente no ano passado. Agora, o Ciro Gomes que fica falando um monte de mentira, espalhando fake news pra garantir a eleição, pra mim não é tão diferente assim do que ele tá criticando”, disse. Em julho, por exemplo, o ex-presidenciável afirmou ao Estadão que a jovem parlamentar tem postura liberal e deveria aderir ao Movimento Brasil Livre (MBL).
“Nós não queremos representar os neoliberais. Tem aí o MBL. Por que ela não vai para o MBL?”, disse Ciro. Diante do cenário de polarização política que o país tem vivido desde as eleições, muita gente tem jogado a culpa no PT por tentar se manter no poder e ter se recusado a apoiar a candidatura de Ciro Gomes nas eleições do ano passado. Para a jovem parlamentar, que se identifica como progressista, não é correto culpar apenas o Partido dos Trabalhadores.
Na sua avaliação, Ciro e petistas travam uma “guerrinha de poder”. “Agora, quando a gente olha para o que acontece hoje, pra mim é uma grande guerrinha de poder que não leva a lugar nenhum. É claro que o PT foi irresponsável na campanha ao não apoiar o Ciro”. A parlamentar afirmou que Ciro Gomes era o único que tinha chance de derrotar Bolsonaro. Para Tábata, Ciro não foi justo com ela na reforma da Previdência. A deputada afirma que ele chegou a referendar sua posição e dizer a ela que compreendia seus motivos para votar a favor da proposta.
“Agora, nessa discussão nos últimos meses, o Ciro tampouco se mostrou responsável para o restante do país. Ele sempre apoiou a reforma da Previdência. Ele me disse no dia da votação que entendia a minha decisão. A proposta que ele apresentou foi muito próxima a que a gente votou depois de todos os ajustes”, revelou. Passados 11 meses da eleição, Amaral coloca Ciro Gomes no mesmo patamar do PT e afirma que ele tem priorizado discursar para a base apenas para ganhar a eleição de 2022. “Então ele não se mostrou muito diferente do PT quando ele prioriza falar para a base dele e garantir a próxima eleição ao invés de se por como uma liderança diferente do PT, que é fiscalmente irresponsável”, afirmou.
“Muito do que está acontecendo com o Brasil hoje é de responsabilidade dos dois lados. De um PSDB que não formou liderança e foi mais para a direita para se opor ao PT. De um PT que também não formou liderança e não admite que a gente tenha nenhuma outra liderança de outros partidos. Então a culpa não está só com a esquerda, acho que ela está com os partidos da pós-democracia”, disse a parlamentar ao Congresso em Foco. Jornal da Chapada com informações de Congresso em Foco.