Em recente artigo publicado na Folha de S. Paulo, o advogado, ex-secretário de Mobilidade e Transportes de São Paulo, ex-presidente do Metrô, e ex-presidente da Companhia Paulista de Trens e Metrô (CPTM), Sergio Avelleda, mostrou como investigações do Ministério Público de acusações de improbidade administrativa podem acabar com a vida pública, política e privada de indivíduos que, a priori, são inocentes.
É sabido que na vida pública existem muitos corruptos e assaltantes dos cofres públicos, mas, também há muitos gestores responsáveis e corretos. Para Sergio, toda essa vigilância dos Ministérios Públicos acaba por cercear a capacidade de decisão de escolha e definição do que é melhor para administração pública do lugar. Ele deu seu exemplo.
Foi acusado de improbidade em um caso de mais de R$1 milhão por desobedecer uma sugestão de um promotor de interromper uma obra na linha Lilás do metrô de São Paulo. “Hoje, milhares de pessoas usam a linha todos os dias”, disse o ex-presidente do CPTM. No entanto, para ele foram oito anos de execração pública, e da sua família, também. Foi preciso, inclusive, sair do país para trabalhar, após ser demitido durante o caso.
O que ele acredita é que os Poderes Públicos precisam procurar uma outra forma de eficiência das gestões, de combater a corrupção, sem ter que condenar um acusado (que pode ser inocente) antes mesmo do seu julgamento ou até da investigação dos fatos ocorridos. Onde o processo não implique, necessariamente, que todos envolvidos sejam rotulados como bandidos.
Jornal da Chapada