Por Celina Moraes*
Todo fim de ano vemos o tradicional corre-corre de festas, confraternizações, as luzes decorativas iluminando as cidades e mais pessoas e veículos transitando pelas cidades. Mas quando dezembro se vai e chega janeiro, parece que as ruas se esvaziam e as pessoas se recolhem.
Por exemplo, em São Paulo, a maior cidade do país, as ruas estavam mais vazias e havia diversos avisos de férias coletivas, diminuindo o ritmo da apressada engrenagem que move essa metrópole. Reflexão só é possível com silêncio, interno ou externo. E janeiro é o mês para refletirmos sobre os antigos planos de anos velhos que podem ou não ser reciclados no ano novo.
Desde 2015, parei de fazer lista de projetos. Estabeleço uma única meta a ser atingida para o ano que se inicia, tendo como meta depender única e exclusivamente de minhas ações. Afinal, mal temos controle sobre nossas vidas, que dirá a do outro.
Percebi que no dia a dia, fica difícil cumprir uma lista de desejos em meio a tantas outras listas de tarefas que temos de cumprir, como as de casa, do trabalho, estudos etc. Por isso, defino uma meta realista para o novo ano e, se, por acaso, alguns itens da velha listinha reciclada forem realizados, ótimo, mas não os tenho como META.
Aprendi que disciplina e um pouco de dedicação diária, semanal ou mensal ao longo do ano é essencial para concretizar nossos sonhos. Assim, de pouco em pouco, a meta vai se transformando em realidade e é gratificante alcançar o que planejamos; traz uma sensação indescritível de vitória.
Esta é a minha dica para você em 2020. Se quiser renovar uma antiga lista de desejos, excelente, mas se estabelecer uma única meta que dependa exclusivamente de você e de sua dedicação ao longo deste novo ano, terá uma grande sensação de vitória ao alcançá-la. Trabalhe diária, semanal e mensalmente para planejar e implementar seus projetos, não contando assim apenas com a sorte. É incrível como planejamento e dedicação são milagrosos.
Finalizo com o extrato de um poema de Carlos Drummond de Andrade, publicado no livro “Receita de Ano Novo”, que traz uma receita infalível para seguirmos rumo às nossas aspirações para 2020. “/…/ Você já reparou que ninguém deseja calma a ninguém, na época de desejar coisas? Deseja-se prosperidade, paz, amor, isso e aquilo (‘tudo de bom para você’), mas todos se esquecem de desejar calma para saborear esse tudo de bom, se por milagre ele acontecer, e principalmente o nada de bom, que às vezes acontece em lugar dele. Como você está vendo, não chega a ser um voto que eu dirijo a mim próprio, pelo correio. É uma vacina.”
*Celina Moraes é escritora e cronista